Ela viveu há cerca de 300 milhões de anos e deixou rastros em rochas na região Norte de Santa Catarina, próximo à divisa com o Paraná. Fósseis de 18 baratas da espécie pré-histórica Anthracoblattina mendesi foram encontrados por pesquisadores da Universidade do Contestado (UnC) em Mafra.
Pelos cálculos dos cientistas, elas viviam na região antes mesmo dos dinossauros – que surgiram em torno de 230 milhões de anos atrás, no chamado período triássico. Segundo os responsáveis pelo estudo, trata-se da barata paleozoica sul-americana mais preservada.
Em artigo publicado na Revista Brasileira de Paleontologia, em agosto deste ano, os pesquisadores João Henrique Zahdi Ricetti e Luiz Carlos Weinschütz, da UnC, em parceria com Joerg Schneider (Universidade de Kazan, Rússia) e Roberto Iannuzzi (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), afirmam que a amostra encontrada demonstra que o animal sofreu poucas modificações ao longo do tempo.
O material está no Centro Paleontológico da UnC (Cenpaleo). Em laboratório, os cientistas identificaram as asas, o corpo e as patas, que já denotavam a característica cursorial, ou seja, adaptada para se movimentar com muita rapidez, como as espécies modernas e urbanas.
Os exemplares encontrados indicam que essas baratas mediam de cinco a sete centímetros. Na mesma região de rochas sedimentares, conhecida como xisto, pesquisadores já haviam encontrado espécies de plantas e peixes pré-históricos que habitavam a área da Bacia do Paraná.
– Foi uma surpresa encontrar insetos em meio a sedimentos, misturados com restos de tubarões, conodontes, pedaços de peixe, esponjas marinhas e assim por diante – afirmou João Ricetti ao RBS Notícias, um dos responsáveis pelo estudo.