O primeiro desfile cênico da Festa da Uva começou 30 minutos depois do previsto, às 21h desta quinta-feira. Nesta edição, recebeu casa nova: a Rua Plácido de Castro. O atraso só aumentou a expectativa logo correspondida pela música da Orquestra de Sopros de Caxias do Sul, atração que abriu a noite de encantos para cerca de 15 mil espectadores - segundo estimativa da Brigada Militar.
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Em um momento inicial, a promessa de oferecer um espetáculo grandioso na primeira experiência após décadas de desfiles na Rua Sinimbu parece ter sido cumprida em cada uma das 25 cenas que compuseram a tradicional ode de exaltação à imigração italiana, este ano dividida em três atos
A dosagem entre o festejo da tradição e o drama da reconstituição da trajetória dos imigrantes, marcada por fome e superação, foi um dos pontos fortes da apresentação, aplaudida por arquibancadas praticamente lotadas. Houve vaias, porém, de descontentes com a demora na entrada dos figurantes e das alegorias, o que só ocorreu às 21h30min.
Em uma narrativa bem estruturada e digna dos grandes desfiles, a origem da cultura miscigenada, a formação da identidade dos colonos por meio do trabalho, dos ritos religiosos e da uva e do vinho - talvez a expressão máxima do que é ser um italiano da Serra - foram contadas com brilho nos olhos pelas cerca de 1,4 mil pessoas envolvidas no espetáculo e por carros alegóricos bem trabalhados.
Esteticamente, talvez não haja precedente na história recente da Festuva de caracterizações tão cuidadosamente elaboradas, desde os figurinos dos festivos saltimbancos até os dos colonos maltrapilhos, passando por alas de tanoeiros, maquinistas de trem, colhedores de uva, trabalhadores da indústria, militares, padres e freiras, entre outros personagens pinçados para contar a história. Da mesma forma, as coreografias não deixaram por menos. No brilho no olho de cada figurante, representando ou acenando para conhecidos na platéia, um convite a um caxiense ir para a Plácido nos próximos dias.
Quando o desfile já partia para a parte final, a emoção tomou conta com o carro alegórico em homenagem aos difusores da cultura dos imigrantes, que teve a presença da historiadora Cleudes Piazza e do escritor José Clemente Pozenato.
E o ápice do desfile, como não poderia deixar de ser, foi a passagem pela Plácido do carro alegórico que levou ao público o trio de soberanas da Festa da Uva. A sintonia entre a platéia e o trio formado pela rainha Rafaelle Galiotto Furlan e pelas princesas Laura Denardi Fritz e Patrícia Piccoli Zanrosso resultou em lágrimas emocionadas que precederam uma grande festa de música, dança e fogos que deu início, definitivamente, à grande festa de Caxias do Sul.
Festa da Uva
Primeiro desfile na Plácido de Castro, em Caxias do Sul, agrada
Atraso para o início do espetáculo, porém, provocou descontentamento no público
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