Se a esquina das ruas Plácido de Castro e Andrade Neves era tomada pela empolgação e pelos gritos de guerra de cerca de 1,3 mil figurantes que aguardavam ansiosos pelo início do desfile cênico da Festa da Uva, logo ao lado, no salão de festas de um prédio posicionado em frente à concentração, três vozes sussurravam uma prece emocionada e repetiam votos de agradecimento pelo dia que se aproximava do grande final.
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Eram Rafaelle Galiotto Furlan, Laura Denardi Fritz e Patrícia Piccoli Zanrosso, rainha e princesas da Festa, ao se preparar para pisar no novo endereço do desfile cênico e acenar para os cerca de 15 mil súditos espalhados pela Plácido. As três sabiam que representavam um pouco do trabalho do caxiense e da vontade de mostrar o que ele sabe fazer de um jeito tão majestoso: a Festa da Uva.
- É um sentimento incrível. Um filme passa na nossa cabeça, de todos os momentos que passamos para chegar até hoje. Desde o pré-concurso, a escolha, a Festa. E colocamos amor em tudo que fizemos - descrevia Rafaelle.
As gurias vinham de um dia cansativo: acordaram antes das 6h desta quinta-feira, rumaram para o salão às 7h, e tiveram uma única refeição no dia, o almoço:
- Bastante tarde - acrescenta Rafaelle.
Na abertura da Festa, que começou após as 16h nos Pavilhões, elas ajudaram a descerrar as fitas e escutaram um recado da presidente Dilma Rousseff enviado pelo ministro Miguel Rossetto:
- Ela mandou agradecer as uvas colhidas pela minha mãe e entregues no dia do convite oficial. Eu prometi às meninas que seria a única que não choraria, mas não aguentei. Falar de família é algo forte - lembra Patrícia, que emocionou-se ao relembrar a mensagem recebida.
O trajeto dos Pavilhões até a Plácido teve pausa em salão de beleza para que cabelo e maquiagem permanecessem impecáveis. Poucos minutos antes do desfile começar, estavam radiantes. Laura retocava a base de Rafaelle, Patrícia segurava a mão de ambas, e o momento da prece acontecia ao lado de uma multidão que gritava por fotos.
- Vamos agradecer até por não ter chovido. Era um dos nossos grandes medos - disse Laura.
Do salão de festas do prédio da Plácido com a Andrade Neves, só restava outro grande passo: o instante em que subiriam no carro alegórico que as transportaria pela rua afora, soberanas, prontas para o grande encerramento daquele inesquecível 18 de fevereiro. O trio não chorou ao subir no carro alegórico, o último a cruzar a Plácido. O choro discreto só veio depois: quando o carro adentrou na Plácido.
Em cima de cachos de uva que adornavam a imagem de um colono ao fundo, gestos de coração, aplausos, agradecimentos e beijos à plateia. Era a coroação, pra valer, do que as três mais desejavam: o reino da Festa da Uva. O percurso do trio foi encerrado por show pirotécnico e pela cantoria da música tema desta edição, Imagens e Horizontes.
Noite inesquecível
Plácido consagra trio de soberanas durante o desfile da Festa da Uva
Carro da rainha Rafaelle e das princesas Laura e Patrícia foi o último do corso
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