Foi ao dividir apartamento com uma japonesa, em 2005, que me encantei pela cultura oriental. Tirar os sapatos antes de entrar em casa para evitar de levar as energias do agito de NYC para dentro e preparar um escalda pés antes de dormir foram hábitos que incorporei depois de seis meses de "bom dias" consecutivos e amizade consolidada com a minha "roommate". Eu, ligada no 220 e sem religião, gostei da ideia de ter um instrumento em que acreditar, e mais ainda, de que envolvesse um ritual.
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Talvez, por isso, a conversa com a Mariela Silveira tenha me mobilizado tanto. Em certo momento, paramos a entrevista para que eu tentasse meditar. A Mariela me guiou, auxiliando na maneira exata de respirar e repetindo frases de tempo em tempo que me levaram a 15 minutos de transe. Tive espasmos, como se estivesse dormindo, e terminei a sessão com as mãos e o corpo quente.
"Vou praticar todos os dias", pensei. Na primeira tentativa em casa, lembrei bastante da Julia Roberts nas primeiras cenas de templo budista no filme Comer, Rezar e Amar: tudo coçava, as costas doíam, o barulho dispersava e depois de uma eternidade de olhos fechados, passaram-se cinco minutos. Não poderia ser. Tentei novamente à noite e, dessa vez, quase dormi. Aliás, eu acho que ressonei por uns segundos. E assim, consecutivamente, naquela semana.
Com o girar do tempo - agora já se vai um mês -, a prática foi me ajudando. Diminuí a frequência, comecei a meditar só ao acordar e quando me sentia à vontade. Ainda não passei dos cinco minutos diários, mas já me sinto mais leve para levantar da cama e cumprir a agenda. Dos melhores ganhos que tive até agora: passei a abrir a persiana do meu quarto pelas manhãs, ato que andava esquecido por conta da correria e do relógio cronometrado.
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