Aquele cochilo que muitos idosos dão durante o dia merece um olhar mais cuidadoso por parte dos profissionais de saúde, principalmente quanto à frequência e duração do hábito. O alerta é do fisioterapeuta Alexandre Alves Pereira, que encontrou uma relação significativa entre sintomas de insônia, cochilo diurno e ocorrência de quedas em idosos.
Pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp cruzou informações do banco de dados do Estudo Fibra - Fragilidade em Idosos Brasileiros, por meio do qual foram entrevistados 689 idosos em Campinas. A ocorrência de quedas nessa população atingiu 26,2%, sendo que 11,87% sofreram duas ou mais quedas. Segundo Pereira, levando em consideração as consequências físicas e psicológicas que o episódio ocasiona em pessoas de mais idade, a porcentagem deve ser observada com atenção.
- As quedas representam um grave problema de saúde pública na população idosa, configurando uma síndrome clínica com impacto significativo sobre a qualidade de vida - destaca Pereira, lembrando que entre as complicações está o risco de fraturas, além do medo de cair novamente, bem como o risco de internação e morte.
A pesquisa buscou o número de idosos que respondia positivamente a uma das questões que evidenciam a presença de sintomas de insônia. São elas: dificuldade ao iniciar o sono, dificuldade em manter o sono, despertar precocemente ou dormir mal durante a noite. O estudo buscou ainda identificar os idosos que respondiam afirmativamente sobre o costume de cochilar durante o dia e aqueles que apresentaram quedas nos últimos 12 meses. Na sequência, o fisioterapeuta fez o cruzamento de todos os dados e indicou as associações que, segundo ele, são pouco exploradas na literatura científica.
- Acredito que a pesquisa abre um caminho para se avaliar o impacto das intervenções nas queixas e hábitos relativos ao sono na velhice visando à prevenção de eventos adversos - afirma o fisioterapeuta.
O profissional explica ainda que são vários os fatores que levam o idoso a cair. Por isso, são relevantes as pesquisas cujo foco são aspectos que podem estar relacionados a esta ocorrência e, assim, ampliar as estratégias de prevenção. Nesse sentido, o estudo indica a necessidade de avaliação mais criteriosa da qualidade do sono e suas consequências para o idoso, pois podem revelar piora na condição de saúde e declínio funcional.
Equilíbrio na velhice
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