No Brasil morrem por ano cerca de 5,3 mil crianças vítimas de acidentes. Outras 137 mil vão parar no hospital devido a quedas, arranhões e traumas, sendo que a maioria desses episódios ocorre dentro de casa. Os chamados acidentes domésticos são a principal causa evitável de morte de crianças com menos de 13 anos no país. Com a chegada das festas de fim de ano, os presentes e a decoração merecem atenção extra dos pais, pois podem se tornar perigosos para os filhos.
De acordo com o pediatra Aramis Lopes Neto, diretor do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o perigo de acidentes é potencializado quando a origem do brinquedo não é conhecida. Além disso, é importante avaliar o risco do objeto nas diversas faixas etárias.
Para a coordenadora de Mobilização da ONG Criança Segura, Jaqueline Magalhães, os riscos que envolvem as festas de fim de ano são diferentes de acordo com a idade.
- Para crianças de até três anos, o perigo maior é de asfixia, porque elas tendem a colocar tudo o que encontram na boca - explica.
Portanto, bolinhas de Natal, enfeites e brinquedos com peças pequenas devem ser evitados, especialmente para quem tem criança nessa faixa etária. A partir dos quatro anos, ela corre e brinca de maneira mais independente, e, portanto, está mais exposta a quedas. Dos oito anos em diante, o risco está relacionado a brinquedos mais tecnológicos.
- Nessa idade, as crianças ganham eletrônicos e outros aparelhos que são ligados na tomada. Por isso, cresce o risco de choques e queimaduras - completa Jaqueline.
O pediatra Aramis Lopes Neto indica um teste simples para os pais saberem se os brinquedos dos filhos são pequenos demais:
- Basta utilizar como referência um daqueles rolinhos de papelão que vêm no papel higiênico - ensina o médico. - Ele é mais ou menos do diâmetro da garganta de uma criança. Por isso, se o brinquedo passar por ele, é sinal de que é pequeno demais e pode ser engolido. Caso contrário, o tamanho é seguro. Se não houver nenhum risco de alguma peça se soltar, ele pode ser liberado para os menores - completa.
Cada idade, um perigo
ATÉ QUATRO ANOS
- Principais riscos: a criança tende a colocar na boca tudo o que encontra. O desenvolvimento do equilíbrio e da força nos braços ainda está começando. Brinquedos com peças pequenas podem causar asfixia e afogamentos em banheiras e baldes também são frequentes.
- Cuidados: a dica é evitar que a criança permaneça sozinha, especialmente durante os banhos, além de não deixar que ela brinque com objetos pequenos.
DE QUATRO A OITO ANOS
- Principais riscos: a curiosidade está cada vez mais intensa, por isso crianças nessa idade sofrem risco maior de choques e queimaduras causadas por aparelhos eletrônicos. Na cozinha, panelas e materiais de limpeza também representam risco de queimaduras e envenenamentos.
- Cuidados: vale conversar e explicar sobre os perigos. Embalagens em lugares altos e cabos de panelas protegidos também garantem mais segurança.
DE OITO A 13 ANOS
- Principais riscos: quedas são o perigo mais iminente. Skates, bicicletas e patins podem custar braços e pernas quebrados. Aparelhos de beleza, como chapinhas e secadores, podem causar choques e queimaduras.
- Cuidados: se você presentear a criança com bicicletas, patins ou skate, dê também protetores, como capacete e joelheiras. Acompanhe a criança quando ela for usar equipamentos elétricos.
Notícia
Pais precisam ter cuidado na escolha do presente das crianças para evitar acidentes
No Brasil morrem por ano cerca de 5,3 mil crianças vítimas de acidentes
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