A atriz America Ferrera respondeu no Twitter à convocação do #MeToo (eu também): "A primeira vez que eu lembro ter sido abusada sexualmente eu tinha nove anos". "Não disse a ninguém e vivi com vergonha e culpa pensando que eu, uma menina de nove anos, era de alguma maneira responsável pelas ações de um homem adulto", escreveu.
Seu testemunho, que publicou na última segunda-feira, se une aos centenas de milhares que inundam as redes sociais com a hashtag #MeToo e em outros idiomas: #YoTambien #AMiTambien #MeToo #MoiAussi, #EuTambém.
A convocação foi feita pela atriz Alyssa Milano no sábado, incentivando as mulheres vítimas de abuso sexual a dar seu testemunho na rede social no contexto do caso Harvey Weinstein. "Eu tinha que ver este homem diariamente nos anos seguintes (ao abuso), ele sorria para mim e me cumprimentava", contou a atriz, famosa por seu papel na comédia Betty, a Feia.
Ferrara, nascida em Los Angeles de pais hondurenhos, pediu que se "rompa o silêncio para que a próxima geração não tenha que viver com esta mentira". Muitas atrizes romperam o silêncio sobre Weinstein, a quem acusaram de abuso sexual e até estupro.
A campanha demostrou que os casos não se limitam a este produtor de 65 anos, investigado pela polícia e expulso da Academia de cinema por sua conduta que se remonta a três décadas e era um segredo em Hollywood. Entre os #MeToo se destacaram também o da cantora americana Lady Gaga e da ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, que protagonizou um escândalo sexual com o então o presidente Bill Clinton.