A evolução da Strada continua. O câmbio automático tipo contínuo variável (CVT) deu à picape Fiat a versatilidade que faltava e o comportamento de um carro de passeio. Rodamos 900 quilômetros com a Ranch, nova versão topo de linha que traz aperfeiçoamentos visuais, no interior e na conectividade. A Fiat Strada Ranch 1.3 AT Flex tem preço sugerido de 125.990.
Veículo mais vendido no país em 2021 e no primeiro semestre deste ano, com 51.046 registros, a Strada continua sua trajetória de pioneira.
A nova versão Ranch qualificou a picape Fiat, a primeira compacta com o câmbio automático no país.
O modelo também recebeu bancos em couro e recarga do celular por indução, entre outros aperfeiçoamentos.
Bom desempenho, bem equipada e com adequado consumo de combustível, a Ranch traz atributos que ajudarão a Strada a manter a liderança do mercado e do segmento de picapes. No primeiro semestre, ela teve o dobro dos 25.867 registros da irmã Toro, segunda entre as picapes e décima no ranking geral.
Design e interior
O visual da Ranch remete à mesma versão da Toro. Os faróis e luzes diurnas (DRL) em LED são separados pela grade com logo Fiat e da bandeira italiana. Skid plate cinza, para-barros, retrovisores em preto brilhante, logo da versão ao lado do para-lama, estribos laterais, barras longitudinais cinzas no teto, capota marítima com a inscrição Ranch e rodas de liga-leve de aro 15 com pneus 205/60 R15 ATR de uso misto personalizam a nova versão. A caçamba leva 844 litros ou 600 quilos.
O interior segue o conceito Ranch. No painel, a pintura em dois tons, com elementos marrons, contrasta com as saídas de ar em preto brilhante. As costuras do volante revestido em couro e a coifa do câmbio são no mesmo tom.
Tem direção elétrica progressiva, volante multifuncional com regulagem de altura e os bancos revestidos em couro marrom nas laterais com o nome da versão nos encostos. O quadro de instrumentos com tela de LCD de 3,5 polegadas é personalizável.
O multimídia Uconnect com tela de sete polegadas sensível ao toque é interativo com Android Auto, Apple Carplay e aplicativos sem cabos. A tela também mostra a imagem da câmera de ré. A recarga do celular é por indução. Os passageiros do banco traseiro contam com a disponibilidade de entrada USB.
Quatro airbags – frontais e laterais – , monitoramento da pressão dos pneus, controles de eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, sensor de estacionamento e sistema Isofix para cadeirinha infantil estão entre os recursos de auxilio à condução e que aumentam a segurança.
Nas ruas e estradas
O comportamento da Strada CVT foi próximo das outras versões que já testamos com câmbio manual, mas com o conforto do sistema automático. Ágil nas ruas e rápida nas estradas, sobraram força e potência para a picape compacta. A direção elétrica, macia e precisa, sempre respondeu bem. O conjunto propulsor, o mesmo do utilitário esportivo Pulse, foi perfeito.
Os 98 cv e a força (torque) de 13,2 kgfm com gasolina (107 cv e 13,7 kgfm com etanol) do 1.3 Firefly atenderam bem as necessidades da Strada. O CVT, que simula sete velocidades, aproveitou a potência e força do propulsor em rotações baixas e médias.
Com três modos de condução, o automático privilegiou o consumo de combustível. Os outros dois deixaram o comportamento mais esportivo. O Sport atuou no acelerador, que ficou mais sensível, e na troca de marchas, mais rápidas. O outro, com a troca sequencial de marchas sob o controle do condutor. O controle de tração avançado E-Locker (TC+) garantiu o máximo de tração em pisos escorregadios como na terra ou na areia da beira da praia em velocidades de até 65 km/h.
Silenciosa. O baixo nível de ruído acompanhou o avanço da velocidade e da rotação do motor, sem comprometer a acústica interna. Aumentou nas velocidades mais elevadas, mas dentro dos limites ou no paralelepípedo irregular. Com altura mais elevada, a Strada superou lombadas, quebra-molas e o pavimento irregular das ruas e estradas.
A boa suspensão tipo McPherson na frente e eixo rígido com molas parabólicas na traseira garantiram ótima estabilidade. A oscilação da picape foi mínima, mesmo em trechos sinuosos ou curvas acentuadas dentro dos limites de velocidade.
Pelo Inmetro, a Strada Ranch faz 12,4 km/l, no trânsito urbano, e 13,9 km/l, no rodoviário, com gasolina. No teste, as médias ficaram de 11,7 km/l a 13,2 km/l, na cidade. Na estrada, em velocidade constante, foram de 14,2 km/l a 16,3 km/l (80 km/h) e de 12,9 km/l a 15,1 km/l (110 km/h). A média final foi de 12,9 km/l nos 900 quilômetros que rodamos.
Conclusão
O câmbio automático tipo CVT deu à Strada Ranch CVT o conforto que precisava para rodar como um carro de passeio. Bem completa, a caçamba garante a versatilidade para quem precisa um veículo familiar para a cidade e a estrada com espaço, bom desempenho e adequado consumo de combustível. Com sempre, vale a avaliação do custo-benefício em relação ao uso e modelos como a irmã Strada Volcano ou mesmo de outros segmentos.