Uma picape com o comportamento de um utilitário esportivo, a Maverick roda como um carro de passeio. Bonita, robusta e com potente conjunto propulsor, a Lariat FX4 mostrou suas qualidades nos 500 quilômetros que rodamos nas ruas e estradas gaúchas. Com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), já aplicada pela marca norte-americana, em versão única, a Ford Maverick Lariat FX4 teve o preço reduzido para R$ 235.190.
As linhas limpas e retangulares da Maverick lembram a F-150 norte-americana, o carro mais vendido nos Estados Unidos por mais de 30 anos. Fabricada em Hermozilo, no México, monobloco, compartilha a arquitetura e componentes com o Bronco. Com motor a gasolina, câmbio automático e tração 4x4, seu comportamento foi próximo do irmão utilitário.
Menor e mais baixa em relação aos modelos médios, como a Ranger, no segmento intermediário acima das compactas, a Maverick chamou a atenção por onde passamos. Num posto de abastecimento, tivemos que mostrar detalhes da picape para um grupo de motociclistas. A Ford não exagerou quando destacou que a Maverick combina a robustez das picapes, dirigibilidade de um sedã premium e o conforto de um utilitário esportivo.
O centro de gravidade mais baixo facilitou o acesso à cabine e à caçamba.
A primeira impressão da jornalista Priscila Nunes que comigo testou o Maverick foi “uouu”, que carro diferentão, pela cor, pelo interior com cores claras e por último pelo enorme motor.
Ao rodar, a jornalista descobriu que a Lariat vem com um pacote bem completo de itens de série.
Os faróis em forma de C invertido, as luzes diurna (DRL), os auxiliares de neblina e as lanternas em LED são separados pela grade preta com dupla barra cromada.
A caçamba leva 943 litros e 617 quilos de carga e o sistema Flexbed com box permite adaptar o espaço da caçamba a cada tipo de carga.
A tampa traseira tem trava elétrica e pode ser ajustada em três posições para acomodar objetos maiores.
Conforto e sofisticação
Com 5,073 metros de comprimento, 1,844 m de largura e 1,733 m de altura, a distância entre eixos de 3,076 m garante generoso espaço e acomoda bem cinco adultos. O interior lembrou o do Bronco que já testamos, e os detalhes chamaram a atenção de Priscila pelo estilo, versatilidade e diversos porta-objetos. Sob o banco traseiro um compartimento permite guardar objetos em viagens e no dia a dia.
Acesso por aproximação ou código digital e partida por botão, o interior, laterais das portas e console combinam plástico e couro. O bom acabamento em dois tons com detalhes cobre, bronze e prata chamou nossa atenção pela sofisticação. A jornalista lembrou que o uso do código numérico já esteve presente no Fusion vendido no Brasil e que testamos.
O quadro de instrumentos com velocímetro e conta-giros analógicos e tela digital de TFT de 6,5 polegadas personalizável tem perfeita visibilidade. Como sempre, testamos exaustivamente o multimidia com tela digital de oito polegadas sensivel ao toque e comando por voz e navegação integrada e interativa com Android Auto, Apple CarPlay e aplicativos.
A tela mostra também a imagem da câmera de ré, útil nas manobras de estacionamento, mas faltaram os sensores dianteiro e traseiro. Ligamos o som enquanto não estávamos gravando o vídeo para a abertura da matéria. Conectividade perfeita, o Gilberto apenas ponderou que a tela poderia ser maior e sentiu falta do carregador do celular por indução.
O aplicativo FordPass Connect permitiu o acesso e o comando remoto por celular à diversas funções do carro. Testamos a partida remota do motor, o acionamento do ar-condicionado, a trava das pontas e a localização da picape. Também conferimos a autonomia e o nível do combustível.
Em qualquer terreno
A direção elétrica, o volante com regulagem de altura e profundidade e os bancos revestidos em couro, o do condutor com ajustes elétricos, facilitaram a condução, em especial na estrada por longos períodos.
Nos dias quentes do verão gaúcho, o ar-condicionado de duas zonas funcionou bem. Como sempre, o Gilberto usou a temperatura mínima. No interior silencioso, o nível de ruído mínimo, aumentou acompanhando a velocidade mais elevada e a rotação do motor.
A picape foi a ágil no transito urbano e nas rodovias.
Os 253 cv do motor EcoBoost 2.0 GTDi a força de38,7kgfm atenderam bem as necessidades da Maverick. A potência e o toque foram bem distribuídos pela transmissão automática de oito velocidades e a tração 4x4.
A Maverick rodou dentro dos limites de velocidades com acelerações e retomadas de velocidade rápidas. A suspensão macia, ignorou as irregularidades do pavimento, tão comuns nas vias públicas do país, como buracos, lombadas e quebra-molas e só reverberou no paralelepípedo. Garantiu o conforto sem comprometer a estabilidade, com pequenas oscilações
As rodas de liga leve de 17 polegadas com os pneus de uso misto da Pirelli Scorpion ATR 225/65 R17 ignoraram a terra batida e a areia da beira da praia. Os cinco modos de condução selecionados no console chamaram a atenção da Priscila e testamos todos: Lama/Terra, Areia, Normal, Rebocar e Escorregadio. Cada um alterou as respostas do acelerador e das trocas de marchas.
O conjunto óptico dianteiro garantiu perfeita visibilidade à noite na estrada. Também os sensores crepuscular e de farol alto auxiliaram a condução. Também os recursos eletrônicos como assistentes de frenagem automática com detecção de pedestres e ciclistas, de frenagem pós-colisão e partida em rampa, controle automático em decidas e freio de estacionamento elétrico e auto hold, entre outros. Na estrada, o Gilberto sentiu falta do controle eletrônico de velocidade adaptativo, do assistente de manutenção de faixa e do sensor de ponto cego.
O consumo da Maverick durante o teste ficou próximo aos índices do Inmetro de 8,8 km/l na cidade e 11.1 km/l na estrada. No trânsito urbano nossas médias foram de 7,9 km/l a 9,5 km/l conforme o fluxo. Na estrada, em velocidade constante, de 10,1 km/l a 12,7 km/l, e 80 km/h, e de 9,1 km/l a 11,9 km/l a 120 km/h.
Conclusão
Bonita, robusta, versátil, a Maverick Lariat FX4 combina a versatilidade de um utilitário esportivo com o conforto de um carro de passeio. Bem completa, o conjunto propulsor atendeu suas necessidades nas ruas e estradas. Diversos recursos eletrônicos auxiliam a condução e aumentam a segurança mas sentimos falta do controle eletrônico de velocidade adaptativo, do assistente de manutenção de faixa e do sensor de ponto cego. Como Priscila ponderou, foi ótimo testar a Maverick. Foi difícil parar de dirigi-la. Como sempre, o uso e a relação custo/benefício devem ser avaliados na decisão de compra.