O processo de internacionalização da Renault começou com a vinda para o Brasil em 1997, depois de passar muito tempo sem construir uma nova fábrica. Nesta terça-feira (4), a marca francesa comemorou 20 anos da produção de veículos no país, com a participação de 8,7% do mercado, a maior de sua historia, e o crescimento de vendas de 28% a 30%, o dobro dos 14% previstos para o mercado nacional.
O crescimento continuará com novos investimentos e produtos para atender o que o consumidor quer. O presidente da Renault Brasil e América Latina, Luiz Pedrucci, lembrou que a marca cresce desde 2010, e o novo objetivo é chegar a participação de 10% do mercado brasileiro até 2022.
Desde o início da produção no complexo de São José dos Pinhais, em 4 de dezembro de 1998, foram fabricados mais de 3 milhões de veículos e 4 milhões de motores, dos quais 30% exportados. O Complexo Ayrton Senna trabalha em três turnos, produz sete veículos com 7.500 funcionários e cerca de 25 mil empregos indiretos no Paraná.
A trajetória da Renault acompanhou o tobogã da economia brasileira, teve momentos bons e ruins e enfrentou dificuldades internas. As vendas que levaram à participação de 0,5% em 1998, chegaram a 4,8% em 2001, mas despencaram até 2,8% em 2008. Pedrucci reconheceu que, além dos problemas do país, a marca franceses também teve seus problemas e os produtos ficaram defasados.
Os bons tempos voltaram com a chegada do Logan e do Sandero. Desde 2010, a Renault só cresceu, superpu seus objetivos e o avanço do mercado brasileiro. O salto foi consolidado com o Duster, Captur, Oroch e o pequeno Kwid, que responde por 45% do seu segmento.
- Os lançamentos atenderam os produtos que o brasileiro queria e podia comprar.
Temos uma ampla gama global de veículos mas vendemos os que são viáveis aqui e o consumidor está disposto a pagar - disse Petrucci.
Os atuais modelos compactos utilizam a plafatorma da romena Dacia.
O Kwid, desenvolvido na Índia e tropicalizado para as características brasileiras, foi lançado em 2017 e atualmente está entre os dez carros mais vendidos no país.
Os novos produtos em segmentos em que a marca ainda não atua serão decisivos para chegar à participação de 10% em 2022.
A Alaskan estava prevista para este ano mas depende da situação econômica da Argentina, onde será produzida.
- A fábrica e o produto estão prontos. Podemos lançar a hora que quisermos. A expectativa é boa apesar do segmento competitivo. Ainda não encontramos a definição econômica para o mercado brasileiro. Esperamos o momento certo, o modelo certo e o preço certo.
Dos segmentos em que ainda não atua, a Renault pretende entrar no dos utilitários esportivos médios. “Vamos entrar nessa faixa, mas ainda não sabemos como”, disse Pedrucci.
Uma das opções seria o Arkana ou um modelo ainda em desenvolvimento.
Sobre o Rota 2030, Pedrucci destacou que “agora sabemos a regra do jogo”. Com a definição da política industrial para o setor automotivo, será possível definir os investimentos que serão feitos nas tecnologias e produtos que chegarão nos próximos anos.
Apesar da expectativa do crescimento das vendas de veículos e o bom momento da Renault, Pedrucci revelou que não será preciso ampliar a capacidade de produção. Lembrou que tem capacidade ociosa nas fábricas da Argentina e da Colômbia que poderão atender os outros mercados da América Latina. A produção brasileira ficaria só para o mercado local.
O Complexo Ayrton Senna da Renault ocupa uma área de 2,5 milhões de metros quadrados, dos quais 60% de mata nativa preservada. A capacidade de produção das quatro fábricas é de 380 mil veículos, 600 mil motores e 500 mil blocos e cabeçotes de alumínio fundidos.
Durante a comemoração dos 20 anos de produção no Brasil, a Renault homenageou os jornalistas que participaram da inauguração da fábrica em 1998.
Viagem a convite da Renault