Depois do retumbante sucesso do Renegade, a Jeep segue em ritmo de alegria com as vendas do Compass, 11º veículo mais vendido do ano e segundo na lista dos SUVs, atrás apenas do Honda HR-V. A reportagem testou por uma semana (800 quilômetros) a última versão lançada, a Limited flex. O preço é praticamente o mesmo da versão diesel de entrada. Mas o comportamento é absolutamente distinto. Qual é melhor? Confira.
Quem realmente gosta muito de poder acionar o motor a até 30 metros do veículo (e assim ligar o ar-condicionado) e tem verdadeiro ódio a fazer manobras de estacionamento vai, ao analisar a compra de um Compass flex ou diesel, escolher o movido a gasolina e etanol. Os demais, provavelmente, ficarão mais interessados pela outra versão. A Limited Flex e Longitude Diesel custam em torno de R$ 133 mil no Rio Grande do Sul, têm o mesmo espaço interno e o design é idêntico. Mas, acredite, há diferenças profundas.
Confira aqui um vídeo com o funcionamento do assistente de estacionamento, um dos trunfos da versão flex.
Uma delas é na tração. A versão a diesel tem aquilo que se espera de um SUV tradicional: 4x4, com reduzida, o que faz o veículo ser apto para qualquer tipo de terreno. A flex é 4 x2. Quem usa o carro na cidade, certamente não sentirá diferença. Mas engana-se quem acha que 4x4 é só para atravessar lamaçais. O sistema torna-se adequado também para cruzar, sob chuva, estradas sinuosas e esburacadas. Mais tracionado, o Compass ganha em segurança.
Outra mudança é no motor. A versão diesel tem 170cv, contra 159cv (166cv quando abastecido a etanol, algo raro no Estado) do irmão. Mas o que faz mais diferença mesmo é a distribuição do torque. Enquanto o motor flex tem 19,9 (20,5 com etanol) kgf.m a 4.000rpms, o diesel tem 35,7 kgf.m a 1.750rpms, o que garante arrancadas muito mais fortes e torna o veículo mais confiável em ultrapassagens, por exemplo.
Em termos de manutenção do motor, vantagem para o flex. Abastecido a álcool ou gasolina, o 2.0VVT pede revisão a cada 12 mil quilômetros, com preço anunciado de R$ 447 (troca de filtros e óleo). Já o Multijet turbodiesel requer revisão a cada 20 mil quilômetros, com as mesmas trocas de filtros fixadas em R$ 867.
As transmissões são distintas e seguem a regra aplicada nos primos Fiat Toro e Renegade. A versão diesel utiliza modelo com nove marchas. Vale lembrar que, neste caso, câmbio e motor foram desenvolvidos juntos. É o principal motivo para apresentarem um casamento tão harmonioso. A troca de marchas é suave e precisa, inclusive nas reduzidas. Já o câmbio de seis marchas que equipe a versão flex tem respostas mais lentas, sobretudo em reduzidas. Menos mal que as aletas atrás do volante (presente nas duas versões) permitem trocas mais rápidas nas ultrapassagens.
Sobre o consumo, nova goleada do diesel. Quem anda a 110kmh na estrada faz cerca de 11,5km/l _ na cidade, teste anterior feito pela redação mostrou 9,8km/l. Já o flex, mesmo com respostas mais lentas, no teste fez menos de 8 km/l na cidade e 9,9km/l na estrada. De acordo com o Inmetro, com etanol os números são, respectivamente, 5,5 km/l e 7,2 km/l. Além da grande economia no bolso (o diesel custa cerca de 25% a menos), garante maior autonomia ao SUV 4x4.
No quesito em que a versão flex poderia tirar a diferença, houve praticamente um empate: barulho. Muito bem vedados, ambos são silenciosos. Tradicionalmente mais barulhenta, a versão diesel tem excelente isolamento acústico, o que impede que o ronronar do propulsor invada a cabine. Apesar de ser mais silenciosos, o motor com gasolina trabalha em giros mais altos. Na prática, em termos de ruídos, os SUVs têm sons diferentes, porém com mesmo volume.
A versão Limited parte de R$ 125 mil, porém a testada pela redação recebeu o pacote opcional High Tech, que aumenta o preço em pelo menos R$ 9 mil e acrescenta controle de velocidade adaptativo (ACC), aviso de colisão frontal (FCWp), farol alto automático (AHB), detector de pontos cegos (BSD) e cinco airbags, além dos já citados assistente de estacionamento (Park Assist) e partida remota na chave. Ambos os bancos dianteiros têm ajustes elétricos – na Longitude Diesel, a regulagem é manual.