Se você está interessado num Jeep Renegade, aqui vai uma sugestão de exercício para a versão Longitude. Peça ao vendedor para rodar com o modelo 1.8 flex e depois com o 2.0 a diesel. A disparidade de potência para carregar o Suv de 1,4 tonelada fará você se apaixonar pelo diesel. Mas aí vem a pergunta: qual a diferença no preço? São R$ 31,5 mil. O flex custa a partir de R$ 92 mil, enquanto o irmão sai por R$ 123,5 mil. Com o valor que separa um do outro, é possível encher 140 tanques, o mesmo que rodar 70 mil km. Em tempo: na família Renegade, há uma versão (Sport) mais barata a diesel, por R$ 116 mil, mas com menos acessórios – sem banco de couro, por exemplo.
Ainda assim, é muita diferença. Mas há uma peça na versão 1.8 que tem grande chance de seduzir o comprador que não pretende investir acima de R$ 100 mil para ter nas mãos um utilitário esportivo capaz de render bem na cidade e na estrada sem ter a sensação de que falta força no Jeep para fazer ultrapassagens ou em retomadas no perímetro urbano. Esse item é popularmente chamado de borboleta (paddle shift), algo que a indústria automotiva herdou da tecnologia nascida na Fórmula-1 e já equipa até alguns carros populares no Brasil.
Estas duas alavancas atrás da direção servem para mudar as marchas em sequência (a mão esquerda faz reduções, a direita eleva). E isso, sim, faz diferença na versão longitude flex, testada por 2 mil km pela reportagem. Deixando o Jeep no câmbio automático, a troca de marcha parece lenta e chega a passar intranquilidade pela demora na aceleração desejada, especialmente em rodovias. Então, você acelera mais e gasta mais. No entanto, quando o motorista administra a ordem das marchas, as respostas do motor 1.8 de 135cv a gasolina parece outra.
Sem tirar as mãos do volante, as borboletas permitem uma dirigibilidade mais segura e prazerosa no SUV, que está perto de completar dois anos de produção no Brasil e se mantém no pódio dos mais vendidos. No ano passado, ficou atrás apenas do Honda HR-V.
Talvez porque ainda peque no câmbio automático de seis marchas (abaixo do nível esperado para o padrão), pelo restrito espaço do porta-malas e no excessivo peso característico da família Jeep. Ainda assim, seu requintado acabamento interno, tecnologia, design jovial e vasta gama de versões (parte de R$ 73 mil) explicam o sucesso do “jipinho” pelas ruas do Brasil.
FICHA TÉCNICA
Motor: 1.8 flex, com 135cv (gasolina) e 139cv (etanol). O torque é de 19,3kgfm (G) e 18,8kgfm (A), ambos a 3.750rpm
Câmbio: automático de seis velocidades
Suspensões: tras. e diant. independentes, tipo Mcpherson
Freios: discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.), com ABS, EBD e BAS
Peso: 1.440kg
Dimensões (mm): comprimento, 4.232; entre-eixos, 2.570; largura, 1.798; altura, 1.705
Direção: elétrica
Porta-malas: 260l
Tanque: 60 litros
Preço: a partir de R$ 92 mil
Pneus: 215/60 R17
PRINCIPAIS Itens de série: travas, vidros e retrovisores elétricos, áudio com seis alto-falantes, Bluetooth, USB e MP3, volante com ajustes e inteligente (acesso à multimídia), piloto automático, sensor de estacionamento traseiro, apoio de braço frontal com porta-objetos, branco traseiro bipartido, airbags frontais, sistema anti-capotamento (ERM), controle de estabilidade (ESC), auxílio de partida em rampa (HSA), ISOFIX, chave telecomando com alarme, ar-condicionado digital bizone, tele multimídia de 5”, GPS, comandos por voz, aletas para troca de marchas, câmera traseira, barras longitudinais no teto, encosto dobrável banco passageiro dianteiro, porta-objetos no banco do passageiro dianteiro, tapetes de borracha e tomada de 12 volts no porta-malas.
RANKING DOS SUVs
Vendas em unidades
1 Honda HR-V 55.758
2 Jeep Renegade 51.375
3 Ford EcoSport 28.105
4 Renault Duster 25.373
5 Toyota SW4 12.168
Fonte: Fenabrave