O final da noite desta segunda-feira (2) no Brasil reserva grandes emoções para o Brasil na baía de Tóquio. A família Grael estará no mar mais uma vez em busca de medalha. A regata final da classe 49er FX, adiada em um dia, terá as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze disputando um bicampeonato olímpico.
A adrenalina já está alta pelo fato de a prova ter uma situação totalmente imprevisível. Vice-líderes da competição, atrás apenas do barco da Holanda nos critérios de desempate, elas também estão sob ameaça de outros dois barcos, o da Espanha e o da Alemanha.
Na memória de todos está ainda a manobra sensacional feita no Rio de Janeiro, quando desgarraram da flotilha para chegarem à frente na última regata, o que valeu o ouro. Martine e Kahena podem repetir um feito só obtido por Adhemar Ferreira da Silva em 1952 e 1956 e pela seleção de vôlei feminino em 2008 e 2012, tornando-se, se forem, bicampeãs olímpicas de maneira consecutiva.
Oui Paris
Não é coincidência o fato de a França estar presente em muitas finais olímpicas em Tóquio e passar a ter protagonismo em modalidades coletivas. O vôlei masculino já assusta seleções como a brasileira e deve melhorar ainda mais com a chegada do técnico Bernardino.
O basquete masculino simplesmente derrotou os Estados Unidos na fase classificatória. O judô por equipes deixou para trás os favoritíssimos japoneses.
Nas últimas Olimpíadas, os franceses se mantiveram em sétimo lugar no quadro de medalhas, algo que está acontecendo até agora. A diversificação de bons resultados é que já sinaliza uma qualificação visando aos Jogos de 2024, quando Paris será a sede, e o objetivo será ficar entre os cinco primeiros no número de pódios.
Podia ser melhor
Desde que foi introduzido nas Olimpíadas, em 1996, o vôlei de praia mantém o sonho brasileiro de ter obter quatro medalhas numa mesma edição dos Jogos. Não será desta vez.
Especialmente pela eliminação das favoritas Ágatha e Duda, há decepção desde que todas as duplas tiveram uma derrota na primeira fase. A dupla número 1 do mundo reviveu algumas das maiores frustrações desta modalidade, que foram as derrotas de Adriana Behar e Shelda, que ficaram com medalhas de prata em 2000 e em 2004, quando eram absolutas no circuito mundial.
Má notícia
Antes mesmo de vencer o Quênia e encerrar sua participação como campeã do grupo na primeira fase do torneio de vôlei feminino, a seleção brasileira ficou sabendo que terá as russas como adversárias nas quartas de final.
A tendência era ser a Turquia, que surpreendentemente venceu o time russo na última rodada e ganhou uma posição. Por mais que esta vitória qualifique as turcas, as russas têm mais tradição e estabeleceram contra o Brasil uma rivalidade capaz de criar instabilidade. É clássico.
Pontos positivos
As Olimpíadas de Tóquio têm dois pontos em que se diferenciam e superam outras edições recentes dos Jogos. Nunca houve ônibus de tanta qualidade para o transporte da família olímpica. Os veículos são limpos, todos dotados de ar-condicionado e muito confortáveis. Da mesma forma, a internet é excelente, não deixando na mão ninguém que necessite de sinal de boa intensidade em qualquer parte da cidade, seja para trabalhar ou simplesmente por entretenimento. É a melhor da história olímpica.
Medalha de Ouro — Boxe brasileiro — Já tem medalhas garantidas e pode chegar ao ouro em uma ou mais categorias. Resultados são frutos de um bom trabalho desenvolvido há anos, especialmente na Bahia.
Medalha de Lata — Confederação Brasileira de Handebol — Eliminação de homens e mulheres na primeira fase das Olimpíadas nada tem a ver com os atletas. É reflexo de uma modalidade que foi esvaziada no país, causando a evasão de talentos e o fim de campeonatos.