O recorde de medalhas foi obtido pelo Brasil. Ainda com as decisões de ouro do vôlei feminino e do boxe com Betriz Ferreira podendo fazer também uma marca inédita, está provado o "efeito Rio". Tal fenômeno é a obtenção de resultados no ciclo posterior à edição em que o país é anfitrião dos Jogos, colhendo frutos de uma intensificação no apoio ao esporte.
As consequências positivas disto são notadas nos anos posteriores, mas não são garantidas por mais de um ciclo. O desafio brasileiro agora é evitar perda de espaço e conquistas nas Olimpíadas de Paris. Os números de 2021 precisam ser capitalizados pelos desportistas e reconhecidos por potenciais parceiros do esporte, sejam públicos ou privados.
Raridade no ringue
A vitória de Hebert Conceição no boxe foi simplesmente sensacional — e até surpreendente. Ele só poderia ganhar da maneira como ganhou, com um nocaute no adversário ucraniano. Era nítida a vantagem do oponente na pontuação, e o golpe certeiro que decidiu o ouro foi uma das imagens dos Jogos e algo muito raro no torneio. Contando os confrontos em todas as categorias, são mais de 100, e houve apenas três nocautes.
Cuidado com o tufão
Havia uma previsão meteorológica anterior à Olimpíada que dava conta de tempestades e um tufão em alto mar que poderiam ter reflexos no tempo em Tóquio.
O surfe chegou a mudar a data de sua final em função da condição das ondas. O que se previa acabou não acontecendo nos dias em que estava prognosticado, mas não evitou precauções emergenciais neste sábado.
O Comitê Organizador lançou um alerta em que determinou a desmontagem de estruturas provisória, fechamento de portas automáticas, retirada de mesas externas em bares e restaurantes e o reposicionamento dos responsáveis pelo controle sanitário nas instalações olímpicas. As finais da canoagem aconteceram sob chuva intensa e ventos fortes. O céu era assustador.
Jeito de despedida
Salas de imprensa vazias, corredores do centro de rádio e TV com enormes caixas com equipamentos já sendo carregados para o retorno e muito menos jornalistas circulando. Assim se nota que as Olimpíadas estão terminando.
Os ônibus já circulam sem passageiros, e os próprios voluntários começam a esmorecer. Isto é algo comum de acontecer e, embora ainda haja medalhas a serem disputadas, não tem como evitar uma tristeza digna de fim de festa.
Terra da Felicidade
Os baianos têm muito o que comemorar nestas Olimpíadas. A casa do boxe brasileiro está colhendo os frutos de projetos bem estruturados, vocação de atletas e ídolos para incentivarem, como o ex-campeão mundial Acelino Popó de Freitas.
De lá saiu o medalhista de ouro em 2016, Róbson Conceição, e a base do time brasileiro nas últimas edições dos Jogos. Em Tóquio, houve a sublimação com a medalha de bronze de Abner Teixeira, o ouro sensacional de Hebert Sousa e a prata garantida que pode virar ouro no último dia com Bia Ferreira.
Não bastasse este festival de medalhas no boxe, houve neste sábado ainda o ouro consagrador de Isaquias Queiroz na canoagem e a presença do vitorioso capitão Daniel Alves na seleção campeã do futebol masculino.
Medalha de Ouro — Isaquias Queiroz — Canoísta não só ganhou seu primeiro ouro, mas se consolidou como grande símbolo do esporte olímpico brasileiro, com resultado e atitudes dignas de quem está preparado para ser ídolo representando sua modalidade para o país.
Medalha de Lata — Johan Derksen — Jornalista holandês protagonizou um dos fatos mais lamentáveis das Olimpíadas ao criticar a goleira da seleção brasileira de futebol Bárbara e ofender a jogadora, chamando-a de "porca gorda" ao dizer que ela falhou num gol sofrido contra a Holanda.