Os mais conservadores até torceram o nariz quando da inclusão das modalidades de skate, surfe e escalada como integrantes do programa olímpico. Ficou clara a intenção do Comitê Olímpico Internacional (COI) de se aproximar de práticas que fazem sucesso entre jovens. A medida também decorre do sucesso crescente de iniciativas como os "X Games", a Olimpíada dos esportes radicais. Renovando publico, buscando mercado e injetando altas doses de adrenalina, estamos diante das novidades dos Jogos de Tóquio 2020.
Pensando em conquistas de medalhas, para o Brasil os novos esportes em disputa são um presente dos deuses do Olimpo. O surfe mundial se rendeu ao talento brazuca de Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, e eles deram um tempo no circuito profissional para, quem sabe, fazerem dobradinha em Tóquio. Vale o mesmo para as mulheres, incluindo a gaúcha havaiana Tatiana Weston-Webb.
Se o surfe pode dar dobradinha, o skate brasileiro sonha com um inédito pódio tríplice, que pode ser garantido no naipe feminino, além de medalhas também entre os homens. Os chamados esportes radicais certamente darão conquistas ao Brasil que compensarão perdas em outrads modalidades em relação às Olimpíadas do Rio, em 2016. Para os Jogos, fica um quadro mais arejado e próximo da prática desportiva contemporânea.
Os radicais estão aí para equilibrar a sisudez de belas, mas menos populares modalidades como pentatlo moderno, adestramento.
Nas águas olímpicas
A piscina de Tóquio já viu as primeiras braçadas dos nadadores em busca de medalhas. Sem um ícone como Michael Phelps, o ambiente está menos badalado, mas sempre intenso por conta do interesse norte-americano, cuja imprensa se faz presente em grande número. Para o Brasil, a maior chance de medalha na natação é de Bruno Fratus, nos 50m nado livre. A prova já nos deu alegrias com Fernando Scherer, bronze em Atlanta 1996, e César Cielo, ouro em Pequim 2008 e bronze em Londres 2012.
A maior aposta de ouro brasileira nos esportes aquáticos, entretanto, não está no centro aquático, mas na baía de Tóquio. Ana Marcela Cunha é favorita na maratona aquática. Considerada um fenômeno, a baiana já foi por seis vezes apontada como a melhor do mundo em sua modalidade, mas lhe falta um pódio olímpico, algo que ela viu consumado pela compatriota Poliana Okimoto, bronze em 2016 no Rio.
Táxi para quarentena
Jornalista que chega do Brasil precisa cumprir em Tóquio um isolamento de três dias no quarto do hotel. Depois, por mais 14, só pode frequentar ambientes olímpicos, usando para isto ônibus especiais do evento. Há, porém, táxis especiais — os chamados TCTs. Quando alguém solicita um carro, é feita a checagem de há quanto tempo chegou ao país. Se não estiver completadas duas semanas, é chamado o veículo especial que em nada difere dos demais, mas conta com motoristas testados e vacinados. Tal diferenciação custa caro. Uma corrida média custa em torno de US$ 40, mais de R$ 200.
Medalha de ouro — Naomi Osaka. Com 23 anos, tenista japonesa, número 2 no mundo, é uma celebridade em seu país e sua presença acendendo a pira olímpica teve aprovação unânime no país.
Medalha de Lata — Felipe Wu. Atirador medalha de prata para o Brasil no Rio de Janeiro, em 2016, foi muito mal na competição em Tóquio, ficando em 32º lugar entre 36 concorrentes e frustrou a expectativa de repetir o feito de ser o primeiro pódio brasileiro nas Olimpíadas.