O Rio Grande do Sul estará bem representado na estreia do surfe em Jogos Olímpicos. Quarta colocada no ranking mundial da modalidade, a gaúcha Tatiana Weston-Webb é uma das favoritas ao pódio. Natural de Porto Alegre, a atleta de 25 anos vive no Havaí desde as primeiras semanas de vida, mas se sente muito mais brasileira do que americana.
— Aqui no Havaí, a Tati sempre gostou mais de conviver mais com os brasileiros do que com os havaianos. E, apesar de adorar o Havaí, ela não tem nenhuma relação com os Estados Unidos. Ela adora o Brasil e sempre se considerou brasileira — conta a mãe de Tatiana, a bodyboarder gaúcha Tanira Weston-Webb, em entrevista a GZH.
Tatiana é fruto do relacionamento de Tanira com o surfista inglês Doug Webb. O casal se conheceu no Havaí nos anos 1990 e viajou a Porto Alegre em 1996 apenas para o nascimento da filha. Poucas semanas após o parto, o casal retornou à ilha do Pacífico, onde vive até hoje.
— Na época, eu não falava bem inglês e não queria passar o trabalho de parto nos Estados Unidos. Queria ter a minha filha com o suporte do meu ginecologista, que me acompanhou a vida inteira. Por isso, tivemos a Tatiana em Porto Alegre e voltamos ao Havaí três semanas depois — explica Tanira.
Na infância, Tatiana iniciou a vida no esporte jogando futebol em um time cuja treinadora era a própria mãe. Porém, vivendo no berço do surfe, a gaúcha começou a pegar ondas de forma natural, especialmente por influência do pai e do irmão mais velho, o Troy Webb.
Na elite do surfe mundial desde 2016, Tatiana namora o também surfista brasileiro Jessé Mendes, que a acompanha no Japão credenciado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
— O Jessé sempre surfou e é o coach da Tati. Ter o Jessé no Japão é excelente para ela e para os outros atletas brasileiros. Ele tem conhecimento de surfe e pode ajudar a todos — afirma Tanira, ponderando que a condição do genro é diferente da esposa de Gabriel Medina, a modelo Yasmin Brunet, que teve a credencial negada pelo COB em episódio que causou polêmica alguns dias antes da Olimpíada.
Confiante na performance da filha no Japão, Tanira está preocupada apenas com a condição do mar japonês. Nos primeiros treinos na praia de Tsurigazaki, local das provas do surfe, o tamanho pequeno das ondas chamou atenção dos atletas qualificados para a competição.
— Acredito muito na Tati. Ela é uma das favoritas, especialmente se as ondas estiverem um pouco maiores. Dizem que as ondas devem aumentar nos próximos dias. Espero que isso aconteça, pois a Tatiana realmente se dá melhor em ondas maiores. Afinal, ela foi criada no Havaí, né?! E, quando as ondas são pequenas, a competição fica mais difícil porque nivela todo mundo — finaliza.
Após o primeiro treino no Japão, Tatiana disse que confia na meteorologia, que prevê ondas de três a cinco metros durante a competição.
— Eu gostei de surfar aqui, mas as ondas ainda não estão incríveis, né? Mas não vejo a hora de se formarem ondas boas. A estrutura é excelente e estou superanimada. Nunca vivemos essa experiência de Olimpíada no surfe, e não vejo a hora de colocar a lycra com a bandeira brasileira nas costas. Me sinto muito confiante — declarou.
A competição feminina do surfe dos Jogos Olímpicos de Tóquio terá início no sábado (24), às 22h20min (pelo horário de Brasília).