Pode causar surpresa, e grande, quando se cogita a saída do jovem e promissor Bruno Praxedes do Inter para o Bragantino. É rara uma negociação envolvendo um garoto de nível de seleção de base para o mercado nacional, especialmente com para um clube de tradição muito menor como o de Bragança Paulista.
Por certo haverá colorados indignados com a diretoria, caso seja efetivada tal transferência, mas a diretoria não pode ser condenada sumariamente. Falta dinheiro no Beira-Rio. É preciso faturar, segundo o orçamento, 90 milhões de reais com a venda de atletas até o final do ano. Além disso, há a necessidade de recursos urgentes para necessários e importantes reforços na equipe principal.
Sobre o destino de Praxedes, caso seja o Bragantino, é bom lembrar que há um investimento externo de uma empresa que despeja muitos milhões de euros mundo a fora anualmente em patrocínios esportivos. O clube de Bragança tem pouca tradição, mas bastante dinheiro, algo que falta no Beira-Rio. Há de se lamentar no Inter uma possível perda de Praxedes, como pode haver ali adiante sentimento semelhante em relação a Maurício ou Yuri Alberto. Os garotos hoje em dia são os melhores ativos colorados para apreensão de seu aflito torcedor.
A inevitável perda de valores jovens já está na cabeça dos dirigentes e precisa estar na compreensão dos torcedores que devem esperar para que outras negociações como a de João Peglow com o Porto se concretizem. Talvez com estes dois negócios e outros menos relevantes seja equacionada a conta das receitas necessárias. Se Praxedes não for, o grupo permanecerá dispondo de um talento emergente e com possibilidade até de se valorizar mais. Neste caso, o problema será fechar as contas. A situação é delicada.