O jogo desta quarta-feira (16) significa o enfrentamento mais complicado do Inter nesta temporada. Até já houve partidas importantes no Gauchão e na Libertadores, mas em nenhuma delas, nem nos clássicos contra o Grêmio, havia um adversário com um elenco tão valioso e badalado como o do Atlético-MG.
Pela atual fase do time, não se pode atribuir favoritismo colorado contra o Galo, mas um desempenho como o da partida diante do Bahia evita que a equipe seja tratada como zebra jogando em casa. Este é o típico enfrentamento em que empatar não é demérito, mesmo contando com o fator local. Na busca de um novo treinador, porém, há uma possibilidade de efeito drástico desta partida no Beira-Rio.
Se o Inter, vivendo sua instabilidade e prejudicado com desfalques pela covid-19, derrotar o campeão mineiro, cresce demais o moral do técnico interino Osmar Loss. Sem uma solução imediata apresentada após a saída de Miguel Ángel Ramírez, não haverá surpresa se, ao final da partida, em caso de triunfo, se confirme o encaminhamento para a permanência definitiva de Loss.
Acontecendo isto, não se estará diante de algo inédito. Mesmo que não seja a solução mais recomendável, ela é simples e certamente agradará o grupo de atletas, que terá tido uma verdadeira façanha ao vencer dois jogos consecutivos e verá o comandante como cúmplice neste feito.
Um resultado negativo provavelmente devolverá Osmar Loss à sua condição de assistente técnico permanente, com a busca de um treinador prosseguindo para os dirigentes. Por mais que se fale em perfil ou padrão de jogo idealizado pela diretoria, o que norteia a maioria das decisões numa situação como a colorada é a perspectiva imediata de resultados.
A necessidade muitas vezes se sobrepõe ao discurso, e a falta de tempo para implantar novos modelos conspira contra idealismos.