Certamente o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), empossado em janeiro de 2020, jamais imaginaria que sua missão seria tão complicada. Se soubesse, provavelmente não a aceitaria e agradeceria a indicação do amigo, guru e antecessor Francisco Novelletto. Luciano Hocsman, porém, nestes 16 meses no comando da entidade, já deixou seu nome na história do Gauchão, a principal disputa do Estado.
Em 2020, com o campeonato interrompido pela pandemia, vivendo uma situação absolutamente inusitada e gravíssima, foi Hocsman o principal negociador junto às autoridades e aos clubes para a elaboração de protocolos sanitários para a volta dos jogos, o que aconteceu e viabilizou o encerramento da competição.
Durante a paralisação, o dirigente foi ágil ao mudar o sistema de disputa e evitando o rebaixamento, decisão que foi complementada com a impossibilidade de disputa da Divisão de Acesso. Houve jogos fora das cidades de origem, horários alterados, datas trocadas, mas a competição chegou ao fim sem atropelos às leis ou pressão indevida para que se jogasse a qualquer custo. Nenhum acontecimento mais grave se registrou em função da covid-19.
O campeonato de 2021, todo ele disputado com o mesmo modelo de controle da pandemia, mostrou a otimização do processo. A experiência do ano anterior evitou que houvesse a necessidade de improvisos ou alterações radicais em datas, locais ou horários. Tudo o que foi mudado mereceu uma boa justificativa.
Paralelamente a isso, o Rio Grande do Sul vivia uma situação mais delicada do ponto de vista sanitário, o que não gerou no futebol novamente nenhuma situação grave. Casos esporádicos de coronavírus, como seria normal, mais uma vez foram detectados pela intensa testagem que foi feita.
Além disso, o segundo Gauchão sob o comando de Luciano Hocsman na federação teve todas suas formalidades cumpridas, e algumas sendo implementadas para melhorarem em 2022. A utilização do árbitro de vídeo desde a fase semifinal foi um ganho, e o dirigente já admitiu a busca de condições para haver VAR em todos os jogos da próxima temporada.
Os chamados protocolos estéticos também foram obedecidos, como o visual dos estádios, a música oficial sendo executada, a festa do campeão no gramado da Arena e a premiação dos melhores. São dois anos seguidos de vitória do futebol gaúcho sobre as dificuldades da pandemia. Hocsman e sua equipe são bicampeões.