Por mais que se possa criticar o desempenho técnico do Grêmio na primeira partida da fase semifinal da Copa do Brasil, creditando ao que chamamos de superação o motivo da vitória, este jogo repete um sinal já dado há algum tempo. Em 17 de outubro passado, os dois times se enfrentaram no Morumbi. Os gremistas vinham em uma fase de irregularidade técnica com Renato Portaluppi se defendendo com declarações como a da previsão da "decolagem". Um empate em 0 a 0 no Morumbi, porém, foi, com razão, reclamado pelos tricolores gaúchos, seja pela desastrosa arbitragem ou porque uma vitória era mais do que merecida.
Renato não ganhou aquele jogo contra seu amigo Fernando Diniz na casa são-paulina. Merecia ganhar. O Grêmio foi bem melhor do que o adversário que não conseguiu jogar e até para lances violentos apelou. Na Arena, mais de dois meses depois, novamente Diniz não foi capaz de superar aquele que um dia o treinou. Por mais que a bola fosse melhor tratada pelo São Paulo no primeiro tempo, faltou contundência. Ao Grêmio foi dada a oportunidade de compensar erros técnicos com um comprometimento que assustou o adversário, especialmente no segundo tempo. É verdade que houve dois gols perdidos pelos paulistas, mas, depois que Diego Souza fez o gol, definitivamente o controle das ações foi gremistas.
Os dois enfrentamentos absolutamente diferentes entre Grêmio e São Paulo mostraram uma coisa em comum; a dominância de Renato e seus comandados sobre os de Fernando Diniz. Isto é um bom prenúncio para o jogo decisivo da próxima quarta-feira (30) no Morumbi. Não há garantia da classificação gremista que pode ser obtida até com um empate, mas é preciso reconhecer que a fórmula do enfrentamento está muito mais nas mãos dos tricolores da Arena.
Será preciso ao time de Renato Portaluppi jogar mais do que aquilo que foi apresentado na primeira semifinal, especialmente com uma exigência maior para Jean Pyerre e Pepê. Há, porém, uma necessidade maior para o adversário que estará privado do importante lateral Reinaldo. Depois da acachapante eliminação para o Santos na Libertadores, houve uma recuperação de espírito pelos jogadores gremistas, enquanto os são-paulinos seguem atrás da fórmula de superar o inimigo. A nona final de Copa do Brasil está muito perto para o Grêmio.