O meia-atacante inglês David Beckham foi um dos maiores jogadores da Inglaterra nos últimos 50 anos. Tecnicamente era formidável, especialmente pela precisão de seu toque na bola, seja numa cobrança de falta, em um arremate de média distância ou com um passe longo. Treinado e admirado por Alex Ferguson, fez parte de um time sensacional e multicampeão do Manchester United no final dos anos 1990, ficou em segundo lugar na Bola de Ouro da Fifa por duas vezes e jogou entre os galácticos do Real Madrid no início do milênio.
Fenômeno no marketing pessoal, Beckham frequentou os mais badalados ambientes do mundo e tornou-se uma estrela muito além dos estádios. Seu casamento, que já dura 21 anos com Victoria, que fez parte do grupo Spice Girls, foi um dos acontecimentos mais marcantes do Reino Unido em 1999.
Em 2013, condecorado pela monarquia britânica pelos mais de 100 jogos com a camisa da Inglaterra, com presença marcante em eventos de Hollywood — quando atuou pelo Los Angeles Galaxy e tendo passado também por Milan e Paris Saint-Germain —, aos 38 anos, Beckham encerrou a carreira futebolística. Ele, no entanto, segue sendo uma personalidade mundial, seguido e afeito às luzes e à vida de celebridade. E mais; não se afastou do futebol, é atualmente proprietário de um clube nos Estados Unidos.
Quando atuou no Milan, Beckham conviveu com o brasileiro Alexandre Pato. Bem mais jovem do que o craque inglês, o atacante revelado pelo Inter também se mostrava alguém de enorme talento e afeito à vida entre celebridades.
A convivência, porém, deixou por aí as semelhanças. Pato não absorveu a capacidade de ser astro na bola e pop star na vida. Seus relacionamentos pessoais com companheiras famosas ganharam e seguem ganhando espaços generosos na mídia, mas o noticiário esportivo nunca o flagrou merecendo disputar uma Copa do Mundo, sendo candidato a prêmios individuais ou protagonizando títulos para suas equipes.
Alexandre Pato gosta de ser famoso, menos pela bola que joga e mais por sua condição social. A seu favor o fato de estar longe da figura do "bad boy". O ex-garoto prodígio do Inter tem bom temperamento, índole sem reparos, simpatia e a imagem de quem gosta de aproveitar coisas boas da vida. Uma pena que ser jogador de futebol comprometido com seus clubes, mostrar-se ambicioso com sua seleção ou ganhar premiações pessoais pela técnica que apresentava nunca foram suas prioridades.