Só há uma resposta se perguntarmos qual o destaque das duas rodadas do Gauchão depois da volta: o Juventude. O time comandado agora pelo técnico Pintado e com vários reforços não só ganhou seus dois jogos como jogou bem, melhor do que havia feito antes da interrupção da disputa. Houvesse mais duas rodadas na fase classificatória, seria certa a classificação da equipe para as semifinais do returno. A defasagem inicial, porém, faz com que haja a necessidade, além de ganhar do Esportivo no Alfredo Jaconi, de que o Novo Hamburgo não vença o Grêmio ou o Inter do Aimoré.
A combinação não é tão improvável. O Juventude tem até uma possibilidade de passar se o Novo Hamburgo vencer, desde que o time de Caxias do Sul faça uma diferença de gols maior contra o Esportivo. Pelo que se viu na última semana, a classificação do Ju recompensará quem melhor jogou. No clássico da cidade, deixou de fazer um placar mais elástico, tal foi o volume superior de jogo. Contra o Brasil de Pelotas igualmente ficou barato o marcador. Pintado coloca seu time em campo de maneira competitiva e com ambição. A equipe cria chances de gol, algo que, por exemplo, Renato cobrou dos jogadores do Grêmio contra o Ypiranga. Além disso, a defesa juventudina está zerada após a retomada. Salvo engano em primeiras impressões, estamos diante do elenco que menos sentiu a inatividade, além de adquirir um novo e eficiente padrão de jogo.
Empolgação à parte, considerando-se que a decisão do returno tem semifinal e final em um jogo apenas, não é impensável que, repetindo o desempenho recente, o Juventude possa sonhar em se habilitar a fazer o que seu rival Caxias fez no primeiro turno. Superar a dupla Gre-Nal é um desafio dificílimo, mas sonhar com dois Ca-Jus definindo o Gauchão pode passar perfeitamente pelas cabeças de quem trabalha no Alfredo Jaconi.