Sem os olhos passionais do torcedor ou a ânsia por ter um jogo com gols, quem acompanhou o Gre-Nal deste domingo (14) pôde apreciar algumas disputas de muita qualidade e que justificam desempenhos considerados abaixo do esperado. As defesas se mostraram superiores aos ataques, mas isso não desmerece todos os jogadores ofensivos de Inter e Grêmio no clássico do Beira-Rio. Confiram quatro duelos que valorizaram o clássico 419.
Guerrero x Kannemann — O peruano fez o que pôde. Não lhe faltou qualidade ou empenho. Suas tentativas foram conscientes e com a criatividade de sempre, mas resultaram em quase nada. O zagueiro gremista destacado para cuidar do centroavante foi o argentino que, por sua vez, evitou que as principais jogadas do colorado se transformassem em lances perigosos. Foi uma disputa com qualidade técnica, leal e de alto nível, até que o atacante do Inter saiu.
Everton x Zeca — O atacante gremista é o maior driblador do futebol brasileiro no momento. Não foi parado completamente pelo lateral colorado, mas também não "passou por cima", como popularmente se qualifica uma grande supremacia individual. Com o lateral colorado no seu encalço, foi o jogador do Grêmio quem mais sofreu desarmes no jogo. Além disso, o índice de passes certos de Zeca é dos mais altos do time de Odair Hellmann. O problema na lateral direita colorada esteve muito mais relacionado à dificuldade de marcação do lateral Cortez, por vezes feita por D'Alessandro, do que no duelo entre Everton e Zeca. Ambos tentaram, tiveram vitórias e derrotas pessoais e cumpriram suas missões.
Geromel x Nico López - Com Kannemann sendo o responsável em anular Guerrero, Pedro Geromel teve a incumbência de cuidar de outra estrela do ataque colorado: Nico López. Mais móvel do que o peruano, o uruguaio obrigou o zagueiro gremista a algumas disputas fora da área. Um lance emblemático de qualidade de ambos acontece no segundo tempo, quando Nico aplica uma meia-lua no adversário, e Geromel mostra uma recuperação fantástica, tomando a frente da jogada e fazendo a cobertura para a bola sair em tiro de meta.
Além destas três disputas sem vencedor, coloque-se um duelo entre aqueles que não se tocam no jogo:
Marcelo Lomba x Paulo Victor — Os dois goleiros não tiveram falhas e funcionaram com qualidade em momentos decisivos. Lomba salvou uma bola arrematada por Everton à queima-roupa. Paulo Victor teve mais trabalho, evitando em cima da linha um gol de Guerrero e defendendo um chute cara a cara de Nico López.
Numa decisão totalmente aberta, o Gauchão merece na próxima quarta-feira que estes e outros confrontos pessoais se repitam com a mesma qualidade. Desta vez, porém, com a necessidade de gols para que o título não vá para a disputa nos pênaltis.