Ainda não consegui entender as vantagens que um clube tem permitindo a existência de várias torcidas organizadas. Salvo honrosas exceções, elas não embelezam os estádios e sua influência sobre o time é quase nula.
Um exemplo: o Inter atravessou 2016 recebendo o apoio da sua torcida e, quando dezembro chegou, estava rebaixado para a segunda divisão. Torcida, organizada ou desorganizada, não ganha jogo.
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Respeitável, apenas, aquele torcedor que paga o seu ingresso ou mensalidade e vai ao estádio para cantar e apoiar a sua equipe. Não existe mérito no torcedor que se posta diante dos gabinetes da instituição para receber o ingresso e, frequentemente, o transporte para jogos longe do seu estádio. E, não raras vezes, este privilegiado torcedor é quem promove arruaças e desmerece a imagem do seu clube.
Apesar desta constrangedora realidade, os clubes continuam financiando torcedores organizados. Assim sendo, as instituições assumem a condição de cúmplices desta gente que só emporcalha o futebol. Por tudo isso, merecem ser punidos pelas transgressões dos seus parceiros de arquibancada.
O Inter merecia, sim, pagar com perdas de mando de campo pelos acontecimentos de Veranópolis. As torcidas Popular e Camisa 12 foram punidas com um ano de suspensão. Gracinha. Todos estarão no estádio nos próximos jogos do Inter. Como sempre aconteceu e acontecerá.
Julgamento
O TJD não surpreendeu. Ao penalizar o Interl com uma multa de R$ 50 mil e nenhuma perda de mando de campo, manteve-se fiel a sua história de julgamentos. O procurador do tribunal, doutor Alberto Franco, vai recorrer da decisão, mas é candidato a ser derrotado em mais uma sessão do TJD.
Dá para entender os auditores. Condenando o Inter a perder mandos de campo, não sensibilizariam os arruaceiros que pouco ou nada se importam com o clube. Neste caso, só seriam castigados os bons torcedores.
Mas será que a Justiça Desportiva não poderia exigir que os clubes parassem de financiar suas torcidas organizadas?
*ZHESPORTES