O intolerável comportamento de membros das torcidas organizadas Popular e Camisa 12, ambas do Internacional, exigem providências enérgicas. O episódio aconteceu na rodada inaugural do Campeonato Gaúcho, imaginem o que poderá ocorrer nas fases mais adiantadas da competição.
A rotina da violência nos estádios mostra o quanto é difícil conter e controlar a ação destes verdadeiros delinquentes. Nada parece amedrontá-los. Promovem a violência, dão trégua por algum tempo e voltam a delinquir como se nunca tivesse acontecido alguma coisa. A única palavra que me ocorre usar para qualificar a briga de domingo é: nojo.
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Poucas coisas podem ser mais nojentas do que ver homens crescidos agindo como se fossem integrantes de facções como as que estão horrorizando o país em Natal e Roraima. São vermes imundos. Infelizmente, para casos como este, impõe-se que o clube seja punido.
Providência
O Internacional começou a agir quando ainda estava no estádio. Marcelo Medeiros, presidente do clube, ordenou imediata tomada de posição contra os vândalos. Nos próximos jogos, as duas torcidas envolvidas nos conflitos estarão proibidas de participar dos jogos do Inter. Mas, quem e como impedirá que aquelas poucas dezenas de marginais entrem nos estádios sem identificação com as torcidas punidas? E se banirem as duas torcidas, para sempre, dos estádios, os seus integrantes se unirão em torno de outra bandeira e tudo será repetido. É muito difícil combater esta praga do futebol.
Pouco rigor do TJD
Cacalo, meu amigo e colega, julga que o TJD não imporá punição alguma ao Internacional. Ele tem razão e existem precedentes graves que justificam sua opinião. Lembram do “caso dos banheiros químicos”. Torcedores gremistas colocaram fogo no Beira-Rio e nada aconteceu aos vândalos. Na Justiça Comum, alegaram que as imagens não eram claras o suficiente para identificar os incendiários. Mesmo que fosse possível identificar as cores das cuecas que usavam.
Diferença
O caso dos incendiários e dos brigões de domingo, têm várias semelhanças. Foram fatos protagonizados por torcedores de um só clube e aconteceram longe dos seus estádios. Uma grande diferença, porém, é fácil de apontar. Enquanto os dirigentes do Inter apressaram-se a providenciar ações contra os seus torcedores, no episódio dos banheiros químicos dirigentes do Grêmio saíram em defesa dos seus torcedores, tentando justifica-los. Fizeram mais. Um cartola da época saiu a processar todos os jornalistas que cobraram posições dos dirigentes gremistas. O Cacalo tem razão: nada acontece.