Um dos grandes problemas do Inter é buscar uma mudança de cenário apenas quando a situação sai do controle. Durante a atual temporada, vários alertas foram dados em relação a convicções da gestão e da comissão técnica.
Mesmo que opiniões externas não sejam tão bem embasadas como aquelas de quem vive o dia a dia do clube, é necessário que sejam levadas em consideração. Afinal de contas, o campo é reflexo de toda estrutura montada nos bastidores do clube.
No início da temporada, estávamos projetando um Inter vencedor por conta dos grandes jogadores que foram contratados. Não há nada de errado nisso. Futebol é sobre expectativa.
A partir dessa estrutura montada e disponibilizada, se esperava que conseguissem extrair o melhor do elenco. Essa projeção não se materializou.
O Inter se afundou na mesmice. Nenhum fato novo foi utilizado. Esperaram tudo estar acabado para realizar movimentos que pudessem salvar o ano do clube.
A direção erra quando demora para mudar a comissão técnica. Quando isso foi realizado, o clube se demonstrou completamente desorganizado.
A estrutura do departamento de futebol seguiu fragilizada e não passa a impressão de um ambiente equilibrado. A bola da vez foi Magrão. Mais um que foi triturado pelo ambiente atual do Inter.
Bernabei e atletas da base
Outra medida que demorou para se tornar realidade dentro do Beira-Rio foi a oportunidade para jogadores que pouco estavam aparecendo.
É inadmissível o departamento de futebol estar alheio a um profissional como Bernabei, que até então não tinha recebido nenhuma oportunidade. Ninguém questionou isso nos bastidores do centro de treinamento?
O mesmo questionamento serve para os jogadores da base. Essa era uma das promessas da atual gestão. Em determinadas situações, reclamaram da falta de peças.
Além das inúmeras contratações, nos últimos jogos, vários jovens atletas têm demonstrado potencial de ajudar o grupo em campo. Podem não ser a solução, mas são alternativas para um ambiente sem grandes saídas. Sempre estiveram ali. Na frente de todos. Era só tirar o antolho.
Sem psicólogo
Estamos há um ano sem um psicólogo à disposição do grupo de jogadores. Isso não é uma “modernidade”.
Faz tempo que clubes e seleções contam com profissionais que lidam com o mental dos seus colaboradores. A incompetência da gestão colorada fica evidente quando o time do Inter apresenta explicitamente problemas com insegurança e medo.
Não precisa ser do ramo para perceber que esses atletas ficam abalados com qualquer adversidade durante uma partida.
O erro não está especificamente nas mudanças. Essas coisas acontecem frequentemente no futebol brasileiro. A rota precisa mudar. Porém, insistir no erro é falta de sabedoria.
Demorar para tomar atitudes também pode colocar um time com alto valor de investimento em uma temporada fracassada. Esse é o caso do Inter.