É importante lembrar que não ganhamos a Libertadores de 2023. Foi feito um bom trabalho, mas fomos eliminados. Também não conseguimos a classificação para Libertadores da América deste ano, por tropeços dentro de casa, contra América-MG e Coritiba no ano passado.
Vem 2024 e, junto, a esperança da torcida colorada em uma retomada do caminho das grandes conquistas. E o que acontece na primeira competição? Eliminação — com muita responsabilidade para cima de quem comanda o time.
Após o jogo contra o Juventude, Coudet teve 15 dias para trabalhar o time e apenas um jogo no meio do caminho antes do retorno para o Beira-Rio. Resultado do jogo na Argentina, um 0 a 0 xoxo, sem inspiração e sem soluções apresentadas pelo treinador.
Então, vem novamente uma partida em casa, no reencontro com a torcida, contra um time semiprofissional, com poucos anos de história e que fez a primeira viagem para fora do seu país. Mesmo com tantos fatores positivos, o Inter se mostrou um time sem vontade, sem força, sem inspiração e, novamente, com um treinador que, além de gritar, à beira do gramado, não conseguiu apresentar soluções que o torcedor esperava.
Tudo isso, somado, já justificaria a demissão de Eduardo Coudet. Talvez o pouco tempo entre esse fiasco e o jogo contra o Bahia faça com que a direção dê mais uma oportunidade a ele. Mas, sábado, 18h30min — se Coudet chegar até lá — não haverá outro resultado que não a vitória para salvar o treinador.
Jogadores também têm responsabilidade
Sobre o jogo desta quarta-feira (10), é preciso também colocar uma parcela importante de responsabilidade para os jogadores. Faltou vontade, faltou esforço, faltou qualidade, inclusive para os grandes reforços. Borré, que fez o primeiro jogo no Estádio Beira-Rio, estava irreconhecível. Longe de ser aquele jogador que achamos que o Inter tinha contratado.
Alan Patrick, talvez o que mais esteja nos preocupando, mais uma vez, pelo quarto jogo consecutivo, foi uma figura caricata. Além disso, o camisa 10 sentiu a coxa em um lance sozinho. Ruim com ele? Pior sem.
Enquanto o time cruzava bolas para dentro da grande área, o melhor jogador em campo, na última partida, o jovem Gustavo Prado, de 18 anos, assistia tudo atrás de um dos gols no aquecimento. Não existiam motivos que justificassem a reserva dele neste jogo com um time misto.
Pior ainda não colocá-lo logo em campo ao ver que as coisas não estavam funcionando. Mesmo assim, o treinador só mandou o meia ao jogo no final da segunda etapa, desrespeitando o jogador e a torcida que pedia a entrada dele.
O que há de errado?
Em momentos assim, de derrota e desclassificação, ficamos tentando entender o que está acontecendo internamente. Será o afastamento de De Pena e Gabriel? Ou a entrevista de Coudet pedindo Oscar após uma grande atuação do time contra o São Luiz de Ijuí? Não sabemos o que foi.
O que sabemos é que a direção não consegue encontrar o problema, muito menos apresentar uma justificativa para o torcedor antes da estreia no Campeonato Brasileiro — competição que sonhávamos conquistar este ano. Nossa esperança, que era gigante, hoje é motivo de preocupação. Não há nada neste momento que faça o torcedor acreditar em conquista de títulos.