Escrevi aqui e falei na Rádio Gaúcha que Eduardo Coudet foi o grande responsável pela eliminação na semifinal do Gauchão. Mas, ao ler uma reportagem do colega Saimon Bianchini, preciso ser justo e fazer um ajuste na minha opinião inicial. Os números que o repórter teve acesso são esclarecedores e aliviam bastante a culpa do treinador.
Dos cinco jogadores do meio-campo colorado, nenhum venceu mais de 50% dos duelos contra os jogadores do Juventude. Esse número é alarmante. Perdemos a grande maioria das divididas no jogo da eliminação.
No Gre-Nal, os números foram bem diferentes. Alan Patrick, Mauricio e Wanderson, os homens do primeiro combate, tiveram números bem melhores no clássico 441. O capitão teve 42% de vitórias pessoais contra o Grêmio, enquanto que na eliminação para o Juventude teve apenas 16%. Já o ponta caiu de 58% para 40%. O camisa 27, por sua vez, teve redução menor, de 25% para 16%.
Está claro que os jogadores do Juventude "quiseram mais". Mas o que justifica essa falta de vontade? Será que foi só falta de empenho? Os atletas estariam cansados ou sobrecarregados com os treinos e a sequência de jogos? Cabe à comissão técnica e à direção identificar os motivos e aplicar medidas necessárias para que isso não se repita.
A responsabilidade de Coudet diminui, mas não deixa de existir. Ele deveria encontrar uma solução diferente, se a estratégia já não havia dado certo no primeiro duelo. Entretanto, os números apresentados acima colocam na comanda dos jogadores uma parcela importante da eliminação.
Coudet terá tempo para fazer ajustes, mas nenhuma mudança de estratégia fará do Inter vencedor, caso falte vontade, raça e determinação aos jogadores. A cobrança precisa ser forte.