Mania que as pessoas têm de complicar o que é simples. Antes, beber um vinho era fácil. Aí começaram a gourmetizar, com um monte de acessórios e termos sofisticados, como "notas de frutas vermelhas e taninos maduros". Uma vez ouvi de um especialista, um baita especialista: "Um vinho de garrafão saboreado com os amigos embaixo de um parreiral pode ser melhor do que a garrafa mais cara do mundo bebida sozinho". Mas meu assunto aqui é inovação. É algo tão simples e bom que grupos tentam se apoderar do conceito e do uso.
Em resumo, a lógica da inovação é de uma simplicidade constrangedora e que pode ser aplicada por qualquer um: encontrar uma solução diferente, transformando uma ideia em valor para a sociedade. O resto é o resto.
Como fazer? Antes, uma empresa investia muito dinheiro e tempo para desenvolver internamente melhorias nos processos ou novos jeitos de fazer o que já era feito. E muitas vezes não dava certo.
Hoje, uma das formas mais comuns de promover inovação é quando uma grande empresa compra ou investe em empresas menores e mais ágeis, que trazem soluções em maior número e com menor custo. São as startups. Até errar ficou mais rápido e barato.
É essa relação entre a criatividade e a leveza das startups e as necessidades das grandes corporações, uma tendência dominante hoje, que faz fervilhar o "ecossistema da inovação". Gente que tem ideias, gente que precisa de ideias, gente que quer comprar, gente que quer vender, gente que pensa diferente, gente que enxerga antes. Repare bem: gente, não máquinas ou programas de computador.
Simples, né?