O pior que pode acontecer à CPI da Covid é perder fôlego. É o que se observa de uns dias para cá. A sensação, ao ler as notícias de Brasília, é a de que perguntas e respostas se repetem. Uma avaliação dos depoimentos dados até agora indica que já existe material suficiente para a elaboração de um relatório robusto, que ajude o país a encontrar culpados e, principalmente, a evitar que erros se repitam.
Já foram ouvidos todos os protagonistas do fiasco que resultou na morte de milhares de pessoas que poderiam estar vivas. Se falta ainda mais algum documento, que se espere por ele. Sem que isso vire espetáculo e busca desesperada por holofotes.
Estender a CPI mais do que o estritamente necessário terá o efeito desejado pelos seus críticos. Ficará, no fim, a impressão de que tudo não passou de um movimento eleitoral de antagonismo ao governo. E, com isso, vem o descrédito. Vale o antigo ditado: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.