Em tempos de pandemia, você pode ter dificuldade para reconhecer alguém que usa máscara, mas empresas de tecnologia prometem acertar o nome, o sobrenome e o endereço. Essa é uma das perspectivas do novo plano de segurança de Porto Alegre, em fase de especificação técnica dos equipamentos e processos. Além de coletes, viaturas e armamentos, a Capital aposta nos algoritmos, programas sofisticados de computador desenhados para realizar tarefas específicas. Uma delas é, usando câmeras, identificar pessoas e movimentos suspeitos em locais públicos.
Tive a chance de conhecer essa tecnologia em Israel. Lá, quando um pacote é deixado na rua, um alerta sobre perigo de bomba é emitido automaticamente pelo sistema, que tem a capacidade de analisar imagens e classificá-las. É nessa direção que o investimento de R$ 60 milhões da prefeitura da Capital se propõe a caminhar. De acordo com o secretário municipal de Segurança, Mário Ikeda, a verba está garantida. A maior parte virá de financiamento do BNDES e o restante do próprio poder público.
Ikeda projeta para o ano que vem a implantação da novidade, que não é isolada. Outros investimentos, como o da nova sede na Guarda Municipal, estão sendo viabilizados. O antigo prédio da Secretaria do Esporte, no Parque Marinha do Brasil, passará por reformas para receber os cerca de 500 integrantes da força.
Ainda sobre a Guarda Municipal, o secretário planeja propor mudanças nos critérios de admissão. A ideia é que a idade máxima de ingresso seja similar a da Brigada – 25 anos. Hoje, esse limite não existe. Com a mudança do perfil de atuação, cada vez mais operacional, há necessidade de extra de força e resistência, especialmente nas funções de ponta. Todas essas inovações se inserem em um contexto de integração e trabalho conjunto com Brigada Militar, Polícia Civil e demais órgãos que cuidam da segurança dos cidadãos.