A queda de 4,1% no Produto Interno Bruto brasileiro mostra apenas uma parte do problema, a que não é só nossa, mas global. As maiores economias do planeta registraram tombos históricos no ano passado. A diferença estará, no futuro próximo, na velocidade da recuperação, que estará intimamente ligada a um outro número ainda invisível, mas mais significativo do que o PIB.
Não precisa ser guru da FGV para saber que, nos últimos tempos, a desigualdade do Brasil cresceu ainda mais entre nós. Já há estudos esporádicos que apontam para o fenômeno. No Brasil, a defesa da dignidade econômica virou, erroneamente, uma tese considerada como de esquerda. Não é.
Incluir famílias no mercado de consumo de forma mais equânime é uma ferramenta do capitalismo não-selvagem. Quanto mais gente com dinheiro, mais gente com acesso a bens e serviços. Todas ganham.
Por isso, o PIB é um indicador importante e não seria tão ruim, por exemplo, se a queda do ano passado viesse acompanhada de uma melhora, ainda que sutil, na distribuição de renda. Não é preciso uma revolução para tanto. Bastaria um pouco de inteligência de mercado.