A política se alimenta da busca pelo poder, muito mais do que dessa balela repetida – pelos políticos – sobre bem comum. Por isso, a tese exposta aqui já nasce inviável, mas não deixa de ser absolutamente correta. Espero que os leitores compreendem a minha intenção, que vai além da interpretação literal do texto.
Se o PT e esquerda quiserem derrotar Jair Bolsonaro, bastaria uma decisão: não lançar candidatura à presidente e nem a vice em 2022. Sem o medo dos comunistas e do PT, o bolsonarismo murcharia e o centro levaria de barbada. O sonho de Bolsonaro é disputar a reeleição contra Lula ou Boulos. Quanto mais radical o adversário, melhor para o presidente. É disso que a dinâmica dominante no cenário político vive.
Imagine a esquerda aderindo a uma “eleição sabática”. Anunciando que seus caciques se dedicarão ao trabalho comunitário e que ficarão neutros durante a campanha. Seria o fim de Bolsonaro. E, quem sabe, depois de 40 anos no deserto, a geração de políticos associados à corrupção e à implosão ética da esquerda não veria florescer vida nas areias secas do deserto?