O governo Bolsonaro é uma catástrofe ambiental, a começar pelo ministro que deveria cuidar da área. Mas a esquerda não fica para trás quando o assunto é emporcalhar o planeta. Foi o PT e seus aliados que levaram o Brasil a uma tragédia chamada pré-sal.
Até 2006, Lula tinha um discurso coerente. Era o grande garoto-propaganda da energia renovável. "O biocombustível é nosso!", chegou a afirmar durante uma cerimônia em fevereiro daquele ano. Nessa mesma época, Lula tinha um kit biodiesel no seu gabinete. Era para mostrar aos visitantes as possibilidades da produção brasileira. Lula chegou a afirmar que levava uma foto de uma mamona nas suas viagens internacionais: "Tem que ficar mostrando a folha, o cacho, ela verde, madura, para as pessoas saberem o que é", disse o então presidente sobre a planta usada para produzir biodiesel.
Foi só a Petrobras confirmar a existência de petróleo a 7 mil metros de profundidade entre o Espírito Santo e Santa Catarina para que o discurso mudasse radicalmente.
Lula virou barão do petróleo, um combustível fóssil altamente poluente e não renovável. O Brasil passou a investir bilhões na exploração e o governo petista esqueceu das energias limpas, tanto que uma das áreas de exploração de petróleo recebeu o nome de Campo Lula, mais tarde foi trocado por uma ordem judicial.
Quatorze anos depois, o petróleo está ficando obsoleto rapidamente. Seu preço e sua utilização vêm caindo. Enquanto o Brasil foi na direção da sujeira, outras nações resolveram apostar no certo: energias limpas e renováveis. Até mesmo os países árabes, grandes produtores mundiais de petróleo, se deram conta de que o ciclo está terminando. A paz entre Emirados Árabes e Israel, impulsionada, em grande parte, por parcerias em inovação e tecnologias limpas, é uma prova disso.
É estranho ver agora o PT e seus aliados, que não deram um pio quando o petróleo parecia significar dinheiro e poder eternos, virarem os arautos da defesa da Amazônia e do Pantanal, como se o combustível fóssil por eles tão festejado não fosse o causador de tragédias ambientais ainda maiores. Olhe para as mão de Lula na foto. Na época, para os incautos e para os oportunistas, elas simbolizavam, de acordo com o próprio ex-presidente, "um bilhete premiado" e "passaporte para o futuro do Brasil". Escrevi muito sobre esse erro lá atrás, mas fiquei falando quase sozinho. Fui vítima do meu próprio veneno, quando leitores me chamavam de caranguejo. Assim como hoje, quando afirmo que demitir Ricardo Salles é um dever moral, a leitura, equivocada, é partidária. Enquanto os políticos de esquerda e de direita pensam em poder e em dinheiro, o planeta sufoca.
Porque onde há fumaça, há fogo.