Poeticamente, faz sentido afirmar que Porto Alegre assistirá à última viagem de seus bondes nas próximas quarta e quinta-feira. Serão dois, deslocados do Palácio da Polícia, na avenida Ipiranga, até o 4º Distrito, onde ganharão casa nova no galpão do Museu de Arte Contemporânea do RS. Eles serão içados por um guindaste e transportados em carretas, em dias subsequentes, por um trajeto que deve incluir o centro da Capital.
Em 1970, quando o petróleo era abundante e barato, os trilhos e vagões foram arrancados de vez das ruas da cidade. Mais de meio século depois, revisitarão as velhas esquinas e alguns dos antigos prédios que ainda resistem nos caminhos antes por eles percorridos. No museu, virarão espaço educativo, ou até mesmo um bar ou café, onde as viagens nunca têm fim.