O jornalista Caio Cigana colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço.
Vacaria foi palco de mais uma história de superação, no seu 33º Rodeio Crioulo Internacional. Com o auxílio de amigos e de uma sela adaptada, o laçador de 32 anos Rômulo Tiago Carriel de Lima, paraplégico, pôde participar pela primeira vez da competição, na sexta-feira.
Lima se envolveu com o tiro de laço ainda criança, aos 12 anos, mas um acidente de moto em 2006 fez com que perdesse o movimento das pernas e se afastasse da modalidade. Com uma lesão grave — ele não tem nenhuma sensibilidade dos pés até a altura do umbigo — foi difícil encontrar um equipamento adequado para mantê-lo firme sobre o cavalo.
— Foi só em 2016 que encontrei alguém, em Minas Gerais, que fez uma sela adaptada para mim. Desde então voltei a treinar e planejava viajar pra competir em Vacaria — conta o morador de Barra do Turvo, em São Paulo.
Ao entrar na Cancha da Ferradura, a emoção do cadeirante foi tanta que abalou os sentidos:
— A primeira armada eu nem vi.
Na última terça, a coluna também contou a história do pequeno Heitor Dias Lemos. O gauchinho de sete anos venceu um câncer e comoveu o rodeio com a sua participação na abertura do rodeio. O paulista também foi desafiado a laçar um animal que tem os chifres virados para baixo. Essa missão nenhum dos dois conseguiu completar, mas a maior conquista, a de participar do evento tradicionalista, foi o grande troféu.