Dia de chuva em Porto Alegre. Manifestantes bloqueiam o Túnel da Conceição, uma das principais vias de acesso ao centro da cidade. Era um protesto de 250 funcionários do Instituto Municipal de Estratégia da Saúde da Família, que foi extinto não por vontade da prefeitura, mas por decisão do STF em uma ação proposta por uma série de sindicatos que, agora, tentam transformar Nelson Marchezan em culpado.
Um enorme engarrafamento se formou. Gente indo para o trabalho, pais levando os filhos para a escola, pacientes com consultas marcadas: todos viraram reféns de um punhado de pessoas cuja insatisfação é legítima, mas que têm métodos violentos e ineficazes. O engarrafamento foi o de menos. Esse mesmo grupo vem deixando milhares de pessoas sem atendimento nos postos de saúde da cidade, gerando revolta e repulsa pela causa que defendem.
Deixar pessoas pobres desassistidas para tentar pressionar o prefeito é um ato de covardia que, ainda por cima, atrapalha a real discussão sobre o caráter público ou privado dos serviços de saúde. Até porque essas manifestações estapafúrdias não alteram um milímetro na rotina de Marchezan. Ao contrário. Ao fazer a população de refém, os manifestantes vão ajudando o prefeito a provar que é ele quem tem razão.