O mundo caminha, de forma irreversível, para uma conversão da economia, que passará a ser cada vez mais apoiada em pilares sustentáveis. Estão aí os carros elétricos e a energia solar, só para citar dois exemplos, começando a tomar o espaço de tecnologias mais antigas. Novas cadeias de valor são criadas, gerando emprego, renda e colaborando para uma melhor qualidade de vida no futuro. A outra via é a da continuação do desleixo com o planeta, com ganhos efêmeros.
É neste contexto que se encaixa a Amazônia e sua insuperável biodiversidade. Além de sua importância climática, a floresta em pé é um ativo extraordinário para o Brasil, como fonte inesgotável de matéria-prima para a geração de ciência e tecnologia. Como no caso dos fármacos. Esse é o futuro, que hoje esbarra no passado, quando a retórica inconsequente se transforma em incentivo a práticas muitas vezes ilegais e economicamente dignas do século 19.
Proteger e explorar de forma consciente os seus biomas não é entrave, mas vantajoso inclusive para as populações locais, como no caso amazônico. Vale inclusive para o Pampa, onde a produção gado de corte no campo nativo ganha o apelo verde e gourmet.
Essa nova economia, porém, exige incentivo à pesquisa e à ciência, algo que todo país que pretende ser desenvolvido faz. Apostar na inovação e evitar o êxodo de cérebros é condição básica. Assim se faz soberania. Não é, infelizmente, a trilha seguida hoje pelo Brasil, onde o conhecimento científico é maltratado e sufocado pela falta de recursos.