A rotina mudou muito depois que comecei a fazer comentários diários no Jornal do Almoço, ao lado da Giane Guerra, do Pedro Ernesto e do Paulo Germano.
É desse que me permito relevar alguns detalhes desconhecidos do grande público. Sem dúvida, o PG é o mais compenetrado entre nós. Chega cedo à RBS TV, escreve freneticamente com sua bic em folhas de papel, que leva para o estúdio. É um mar de ideias e de informações que, um dia, poderão servir para que os historiadores façam um retrato fiel da época atual.
Pelo menos três ou quatro vezes por semana, dou carona ao PG depois do programa para a Zero Hora. Tem sido uma experiência fascinante. Em geral, entramos no carro e o PG gruda o olho no celular. Eu começo a discorrer sobre o programa, comentar os comentários. O PG tem um jeito peculiar de responder: “ãhã”.
É o que consegue enquanto digita freneticamente respostas às mensagens que se acumularam durante os 60 minutos de duração do Jornal do Almoço.
Semana passada fiz um teste. No meio de uma tese sobre a violência e os presídios, perguntei ao PG: “Quer uma balinha? Uma água?”. “Ãhã”. Vai me dar cinco estrelas? “Ãhã”. O a tem som de um? “Ãhã”.
Agradeço ao Paulo Germano por me fazer entender como se sentem os motoristas de táxi e de aplicativo que puxam conversa e ouvem apenas resmungos. Pelo menos ele não reclama do trajeto. E não deixa farelos de pão e biscoito no banco. Ainda.