O congelamento de salários do Estado em 2020, aprovado pela Assembleia, terá pouco efeito prático. É um gesto político, mais do que qualquer outra coisa. Basta uma rápida análise da jurisprudência para concluir que a Justiça derrubará, em breve, a interferência do Executivo na folha de pagamento dos outros poderes. Basta alguém pedir, o que deve ocorrer no tempo certo.
Mesmo que perca nos tribunais, o governador Eduardo Leite e a Assembleia vencerão. Ficará a imagem de que tentaram, mas foram impedidos. Independentemente das boas intenções e do cuidado com as finanças públicas, há base legal para manter o aumento vegetativo da folha. De certa forma, ao enfrentar o Judiciário nessa questão, Leite se recupera do desgaste pelo aumento concedido à direção do Banrisul, que repercutiu mal entre o funcionalismo.