Este não é um texto moralista contra o álcool. É apenas a constatação de que algumas pessoas não sabem beber. Não é só uma questão de quantidade. Conheço gente que bebe e fica doce, comunicativa e engraçada. Em outros, a bebida desperta um monstro. Na verdade, o álcool tira o freio de algo que já está lá.
Há também outras drogas, mas me atenho apenas à lícita e mais popular. Para vivermos em sociedade, precisamos reprimir instintos. Para muitos, o Carnaval é válvula de escape desse esforço contra o animal. O autocontrole – também conhecido como superergo – se dissolve com cerveja, vodca e gim. É aí que complica.
Quando o bicho sai da jaula, cabe ao Estado reprimir. E quanto mais furioso fica o bicho, mais enérgica precisa ser a repressão, até como exemplo educativo. Para dar certo, é fundamental uma polícia bem preparada e que saiba agir de forma firme, mas sem violência desnecessária.
Cabe ressaltar que a esmagadora maioria das pessoas brinca o Carnaval numa boa e sabe administrar e até aproveitar os pequenos excessos permitidos.
Nos Estados Unidos, não há nada parecido com o nosso Carnaval. Não daria certo em uma país onde o porte de armas é bem mais acessível.