A posse de um presidente, por si só, justificaria o esquema inédito de segurança em Brasília. Ainda mais quando o presidente já foi alvo de um atentado. Mas havia pelo menos mais dois motivos gigantescos para o uso de tantos soldados, policiais, agentes, máquinas e tecnologia.
1 - A presença no Brasil do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um dos homens mais visados do planeta quando o assunto é terrorismo. Se a parte visível do esquema de segurança já impressionou, é impossível quantificar a parte invisível desse aparato.
Segurança, em Israel, é um assunto sério. Aprendi quando uma bomba foi deixada a 20 metros da fila da frente de uma sorveteria onde eu e cerca de 40 outras pessoas estávamos. O artefato foi detectado e desarmado em menos de 5 minutos, com ajuda de um robô e de vários outros equipamentos que já na época, 1985, pareciam ter vindo de 2030.
2 - O segundo grande outro motivo para o esquema de segurança em Brasília foi a presença de Mike Pompeo, formado pela academia militar de West Point, empresário, ex-diretor da CIA e Secretário de Estado do governo Trump.
Netanyahu, Pompeo e Bolsonaro têm em comum a formação militar, a ligação com as Forças Armadas e com a indústria que sustenta esse setor. Não é coincidência que, durante a posse de Bolsonaro, tudo o que de mais moderno existe em termos de tecnologia de segurança tenha sido usado. Brasília virou uma espécie de grande show room.
De acordo com informações extra-oficiais, havia menos homens diretamente envolvidos com a segurança do quem em posses anteriores. Não surpreende. A tecnologia vai ocupando espaço. E nesse caso vale, como nunca, a velha máxima: o que é bom, custa caro.