Nada mal para um homem acusado de machista e misógino. As primeiras palavras no parlatório, diante do público, em Brasília, foram da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. E ela brilhou, com um desempenho que emocionou e surpreendeu pelo ineditismo.
Em geral, estamos acostumados a presenciar discursos falados traduzidos para Língua Brasileira de Sinais (Libras). Desta vez, a lógica foi invertida. O pronunciamento de Michelle foi feito em Libras, enquanto uma intérprete lia o texto em voz alta. A primeira-dama prometeu valorizar a comunidade surda e as pessoas com deficiência.
Entre agradecimentos aos que rezaram pelo marido enquanto ele se recuperava do atentado sofrido em setembro, Michelle fez uma declaração de amor a Bolsonaro, a quem chamou de “amado”. Os dois se beijaram diante da multidão. Só depois o presidente se postou diante do microfone e fez o seu discurso.
Michelle Bolsonaro integra o Ministério de Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Nos cultos, aos domingos, costuma atuar como intérprete de Libras. Ontem, durante a posse, surpreendeu pela desenvoltura e pela simpatia. Não pronunciou uma só palavra, mas disse muito.