O que o STF e a Assembleia gaúcha têm em comum? No apagar das luzes de 2018, tomaram decisões sorrateiras e prejudiciais ao Brasil e ao RS. A tentativa de liberar Lula e o trago nos estádios, quase ao mesmo tempo, é uma piada sem graça.
O ministro Marco Aurélio, num canetaço, abriu as portas de saída das cadeias para 160 mil presos. Marco Aurélio é um juiz experiente. Sabia que sua decisão seria cassada imediatamente. Mas resolveu criar um fato político aos 45 do segundo tempo, no último dia antes do recesso, sobressaltando o país gerando uma instabilidade nociva. Correto questionar a prisão em segunda instância, prática que se choca com a Constituição. Mas não desse jeito, de sopetão. O STF é lento quando lhe convém e açodado quando não deveria.
Enquanto isso, aqui no RS, nossos deputados liberaram o trago nos estádio de futebol. Uma decisão dinheirista e burra. Dinheirista, não precisa explicar. Burra, porque devolve aos estádios o que eles tinham de pior.
Me lembro bem quando, ainda criança, os bebuns enchiam a paciência de todos nas cadeiras do Beira-Rio, afastando as famílias dos estádios e desagregando valor do espetáculo. Isso sem falar na nojeira nos banheiros e nas brigas.
Liberar a bebida nos estádios significa, no médio prazo, perda de dinheiro para os clubes. Porque afastará público. Associar o consumo de álcool com esporte é um crime. Só que os responsáveis jamais serão presos. Nem em primeira, nem em segunda, nem em décima quarta instância.