O juiz Sergio Moro solicitou exoneração nesta sexta-feira da magistratura. O pedido foi aceito na hora. Deveria ter feito isso antes de aceitar o cargo de ministro do governo Bolsonaro. Tanto, que o Conselho Nacional de Justiça abriu uma investigação. Mesmo em férias, Moro continuava a ser um juiz e, por isso, qualquer atividade política se transforma em incompatível.
Menos mal que, diferentemente da sua claque mais fanática, Moro se deu conta do erro. Não é por ele, mas sim em nome de um princípio fundamental da democracia. Caso Moro, mesmo tardiamente, não tivesse se desligado da sua atividade de juiz, abriria um precedente desastroso. Daqui para a frente, qualquer juiz poderia, nas férias, fazer o que bem entendesse, sem qualquer consequência. Militar em partidos, apoiar publicamente causas ou mesmo advogar informalmente.
Ao pedir a sua exoneração, Sergio Moro fez o gesto correto. Não se esperava esse bom senso dos fanatizados que encaram qualquer crítica a Moro como petismo ou boicote. Moro, ao admitir o erro, se mostrou bem maior que boa parte dos moristas.