Steve Jobs, Albert Einstein e Leonardo da Vinci têm pelo menos duas coisas em comum: a genialidade e o biógrafo. O jornalista Walter Isaacson esteve durante a semana na Universidade da Pensilvânia. Ganhei um livro na entrada, que não levarei de volta para o Brasil. Suas 626 páginas pesam, com certeza, mais de dois quilos.
Isaacson foi logo traçando paralelos entre seus três biografados mais famosos. "Eles foram o que foram não apenas porque eram inteligentes, mas porque tinham curiosidade por conhecimentos interdisciplinares", afirmou. Da Vinci é o exemplo mais conhecido. Tudo lhe interessava. Jobs atingiu, de acordo com o autor, a perfeição no cruzamento entre tecnologia e arte. Einstein era um exímio violinista. Recorria à música para se conectar com a beleza que transformava em equações. "Seja curioso sobre tudo", aconselhou o palestrante.
Sobre a arte de escrever, o norte-americano Isaacson tem uma fórmula eficaz. Começa a estudar seus personagens pela relação com os pais. A partir daí, cronologicamente, vai decifrando e analisando suas trajetórias. Mais fácil biografar Leonardo Da Vinci ou Steve Jobs? Resposta nada óbvia: Da Vinci, porque dele ficaram montanhas de anotações, desenhos e textos em papel. Muito do que pensou e escreveu o criador da Apple não ficou gravado na memória virtual de seus computadores.
"O papel ainda é uma boa ferramenta tecnológica para guardar informação", afirmou, ironicamente. Os alunos na plateia anotavam tudo, freneticamente, em seus notebooks.