A Bienal do Mercosul terminou. Pelo esforço de todos em tempos de crise, parabéns.
Esperei até o fim do evento para comentar um aspecto incompreensível nesse mundo das artes: os textos que tentam explicar as mostras e as obras são tão herméticos, mas tão herméticos, que só quem os escreveu talvez os entenda. Esse fenômeno de falsa erudição, que não nasceu na Bienal e nem é só dela, afasta o público. Menos arrogância intelectual e mais clareza, é o que diz o bom senso.
Abaixo, o trecho de um texto explicativo grafado em uma parede da nossa Bienal.
"(...) emerge a ideia de que a produção artística suscita uma experiência de alteridade na qual as obras não são tratadas apenas como meros objetos, mas como operações conceituais que instigam relações entre um todo e as partes, entre a visibilidade e a potência de significação; bem como com as sensibilidades afetivas que elas podem engendrar entre o espaço da criação das obras e o horizonte de expectativa criado pela sua visibilidade".
Pelo amor de Deus.