A Tela Quente desta segunda-feira (8) faz uma ponte entre a RBS TV e o Globoplay. A partir das 23h30min, vai ao ar uma adaptação dos primeiros episódios da série canadense Transplant: Uma Nova Vida (2020), lançada em janeiro pela plataforma de streaming.
Criada por Joseph Kay e já renovada para uma segunda temporada, Transplant une o drama hospitalar, típico na TV norte-americana, ao drama dos refugiados, urgente e universal. O protagonista é o médico Bashir Hamed (interpretado pelo carismático Hamza Haq, um filho de paquistaneses nascido na Arábia Saudita), que fugiu da guerra civil na Síria para tentar um recomeço no Canadá. Mas as portas do Ocidente não foram totalmente abertas para ele. Sem emprego na sua área, Bashir virou cozinheiro em um restaurante árabe.
É nesse local que tem início a trama. Em um cartão de visitas da mistura de temas proposta por Transplant, o restaurante vira um cenário de guerra depois de ser invadido por um caminhão desgovernado. Surge a oportunidade para Bashir, tal qual um doutor House da série homônima, demonstrar, mesmo ferido, seus conhecimentos e suas habilidades como médico.
Ao salvar vidas, o sírio salva sua própria vida — não é segredo que ele acabará trabalhando na equipe de emergência do York Memorial, um dos principais hospitais da cidade de Toronto. Entre os personagens com os quais vai interagir nos 13 episódios da primeira temporada, estão Jed Bishop (John Hannah, da franquia cinematográfica A Múmia), chefe do departamento, a residente Mags Leblanc (Laurence Leboeuf), a cirurgiã June Curtis (Ayisha Issa) e o pediatra Theo Hunter (Jim Watson). Como convém a séries desse tipo — vide a longeva Grey's Anatomy —, cada um deles precisa equilibrar a tensão do ofício com dramas particulares, que vão desde problemas de saúde a relacionamentos amorosos às escondidas.
Bashir, por sua vez, lida com a própria autossuficiência, com a irmã de 12 anos, Amira, e, claro, com questões ligadas à condição de refugiado/imigrante vindo do Oriente Médio: racismo, xenofobia, islamofobia... Para não errar a mão, Transplant conta com a colaboração do dramaturgo e ator Ahmad Meree, um sírio abrigado no Canadá que lê os roteiros dos episódios.
— Escuto muitos comentários racistas nas ruas. Nós definitivamente precisamos deste tipo de série para dar às pessoas uma melhor compreensão sobre o que os refugiados sírios passam, especialmente para o público ocidental, o que inclui aqueles que são de extrema-direita ou racistas com os imigrantes — disse Meree ao jornal Toronto Star.