Quando um dos meus ídolos de adolescência morreu, exatos 40 anos atrás, tudo o que eu podia fazer para manter sua imagem viva era ouvir suas músicas, esperar para ver seus filmes quando passavam na sessão da tarde e recortar fotos em revistas ou guardar pôsteres - a mãe de uma amiga também bordou para nós os dizeres "Elvis Presley" em bolsas feitas com calças jeans velhas…
Nem passava pela minha cabeça conhecer a casa que o rei do rock comprou e onde morreria, em Memphis, nos Estados Unidos. Graceland, a mansão, modesta (e muito kitsch) para os padrões de hoje e para um ídolo daquele tamanho, era um mundo distante, que conheci por acaso dois anos atrás, ao fazer um roteiro pelos Estados Unidos.
Sim, confesso que me emocionei ao percorrer a casa, ao ver as roupas, ouvir a música, tudo milimetricamente pensado para os fãs se emocionarem.
Havia muita gente de cabelos brancos percorrendo aqueles corredores e tentando captar a atmosfera que ela respirava ali, do apogeu à morte.
O roteiro pela mansão acaba exatamente em seu túmulo - e no dos pais e do irmão.
Do outro lado da rodovia, há todo um mundo recriado para os fãs. É claro que tudo isso custa caro, mas quem está ali parece não se importar muito com isso.
Em março último, um novo complexo foi aberto ali, chamado de Elvis Experience, voltado à sua música e às turnês.
Há roteiros variados, por preços variados.
Escolhi o que incluía a visita à mansão e aos carros e a outras atrações.
E fiquei com muita saudade da minha bolsa bordada, da sessão da tarde, dos pôsteres. Saudade do meu ídolo de início de adolescência.
Para visitar
Graceland fica a cerca de meia hora do centro de Memphis. Quando fiz o passeio, contratei no hotel mesmo um tour que incluía já os ingressos, o que, concluí depois vendo os preços, saiu bem em conta. Mas dá para ir de táxi (não muito barato), alugar carro ou ir de ônibus comum.
A visita à mansão custa US$ 38,75, o passeio mais barato entre os vários tours possíveis.
O mais caro, o Ultimate Vip Tour, custa US$ 159 e inclui visita em grupo com no máximo 10 pessoas, com guia, acesso ao museu dos carros, à carreira do cantor etc