*Publicado no blog Recortes de Viagem em 21 de janeiro de 2016
Identifico em mim e em pessoas que saem de férias, em geral, sentimentos contraditórios: fugindo da nossa rotina, buscamos ao mesmo tempo o conforto do lar (quem nunca ouviu alguém dizer que só vai para um hotel que oferece pelo menos o que tem em casa ou opta por aluguéis do tipo Airbnb para estar numa casa de verdade?!) ou então experiências totalmente diferentes do dia a dia (aí vale acampar numa barraca no deserto ou hospedar-se num hotel megaluxuoso).
Mas, muito além do conforto, no caso de um hotel, vale o conjunto da obra: recepção entre correta e calorosa, ambiente agradável para dormir e descansar com alguma mordomia (frutas frescas e uma taça de espumante na chegada, por que não?!), lugares de convivência/lazer para quem está com a família/crianças/amigos e, na nossa tradição local, um bom café da manhã. Luxo nas instalações? Não precisa, basta o luxo da soma dos itens acima.
Talvez tenha sido essa a percepção dos hóspedes que avaliaram tão bem dois hotéis da serra gaúcha, a Estalagem St.Hubertus (os funcionários e "íntimos" chamam só de Estalagem) e o Ritta Höppner Hotel (que fica junto a uma das atrações mais queridas de Gramado, o Mini Mundo), classificados entre os melhores do mundo pelos usuários do TripAdvisor.
Não conheço o Ritta Höppner (e a lista só vai aumentando…), mas estive há pouco na Estalagem St.Hubertus para fugir do burburinho da cidade (em frente ao Lago Negro, o máximo que se pode ter de movimento é cruzar com grupos de turistas numa caminhada pelo calçadão logo cedo) e encontrei tudo isso.
Além das gentilezas habituais e de fazerem de forma atenciosa reservas para restaurantes (que podem até buscar e levar caso você não esteja de carro), por exemplo, há um momento no hotel em que todos os hóspedes celebram juntos: diariamente, no salão do café e na sacada com vista para o lago, é servido um chá da tarde (entre 17h e 19h), com os doces mais maravilhosos que se pode experimentar, feitos ali mesmo na cozinha do casarão em estilo alemão.
Também com vista para o lago, uma sala de leitura convida não só à atividade em si, mas também à contemplação que a natureza à volta ainda preserva.
Não, não são hotéis baratos, uma sempre crítica a nossa Serra, mas de vez em quando é possível dar-se ao luxo.